As saladas oferecidas pelas cadeias de restaurantes de fast-food devem ser uma alternativa esporádica.
Além de serem desequilibradas do ponto de vista nutritivo, por vezes, os cuidados com a lavagem e conservação são descurados. Esta foi a conclusão de um estudo a 17 saladas prontas-a-comer, de várias cadeias, na Grande Lisboa e Grande Porto.
Escolher salada num restaurante de fast-food é uma tentativa de optar por uma refeição mais saudável e de ter um prato irrepreensível ao nível da qualidade higiénica.
Porém, foram encontrados problemas de fabrico e de conservação.
À excepção de três restaurantes, devidamente identificados, todas as saladas pecaram na avaliação microbiológica.
Falhas na qualidade dos ingredientes e na sua lavagem e desinfecção e o facto de os mesmos não serem conservados no frio poderão estar na origem dos problemas encontrados.
A falta de higiene dos funcionários e dos equipamentos pode também ter influenciado os resultados.
Embora não tenham sido encontrados microrganismos que ponham em causa a saúde pública, susceptíveis, por exemplo, de causar intoxicações alimentares, tal não invalida a necessidade de cumprir as boas práticas durante a preparação.
O outro lado da mesma medalha é a questão nutricional.
Estas saladas, enquanto refeição principal, não são uma alternativa que respeita as regras de uma alimentação equilibrada, substituindo os tradicionais hambúrgueres e batatas fritas.
O problema mais notório é a falta de hidratos de carbono (massas, por exemplo) e o excesso de gordura e de proteína.
De vez em quando, mais vale optar por um hambúrguer simples, sem molhos, com uma dose pequena de batatas fritas, ou uma sandes de frango sem maionese, ambos acompanhados de uma salada mista.
Consumidores exigem mais e melhor fiscalização
A Direcção-Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar, tutelada pelo Ministério da Agricultura, deveria assegurar, exige a DECO, uma fiscalização mais eficaz de tudo o que envolve a preparação de refeições para servir o público em geral.
Com procedimentos mais criteriosos, facilmente os restaurantes poderiam resolver os problemas agora detectados.
Basta, por exemplo, ter um maior cuidado na lavagem, ao nível dos desinfectantes e do tempo de contacto com os mesmos.
É, por isso, necessário prestar mais atenção às temperaturas de conservação, ao modo de desinfecção e à lavagem.
Os responsáveis nas cadeias de restaurantes deveriam levar mais a sério estas acções e torná-las, perante os seus funcionários, rotineiras e obrigatórias.
A formação do pessoal é uma área em que urge investir.
A falta de conhecimento de certas regras de higiene na lavagem dos alimentos crus, por parte dos funcionários dos restaurantes, pode influenciar bastante a qualidade do prato servido aos consumidores.
Fonte: Deco Proteste