Viana: quatro pessoas internadas com botulismo
Botulismo é uma forma rara de intoxicação alimentar que, nestas quatro pessoas, poderá ter tido origem num presunto caseiro
Quatro pessoas estão internadas no Centro Hospitalar do Alto Minho, em Viana do Castelo, afectadas por botulismo, uma forma rara de intoxicação alimentar que poderá ter tido origem num presunto caseiro, informou hoje a autoridade saúde.
Segundo o delegado de Saúde de Vila Nova de Cerveira, Aberto Vasconcelos, a intoxicação terá ocorrido na manhã de 01 de Janeiro, quando um grupo de familiares e amigos se reuniu numa festa particular na freguesia de Candemil para comemorar o Ano Novo e foi servido um presunto caseiro, presumivelmente estragado.
No entanto, o botulismo só foi diagnosticado na passada quinta-feira, no Centro Hospitalar do Alto Minho, "porque essa é uma patologia que demora pelo menos 18 a 36 horas a manifestar-se", havendo mesmo casos em que só é diagnosticada oito ou dez dias depois.
De acordo com fonte hospitalar, duas das pessoas afectadas estão em estado considerado grave, permanecendo uma delas na unidade de cuidados intensivos.
No entanto, a fonte sublinhou que todos estão "estáveis".
O botulismo é uma forma grave, embora extremamente rara, de intoxicação alimentar, causada pela ingestão de uma toxina produzida pelo Clostridium Botulinum.
Em vez de atacar o intestino, como os outros tipos de intoxicação alimentar, o botulismo ataca o sistema nervoso e manifesta-se em sintomas como perturbações visuais, nomeadamente a visão de imagens em duplicado, dificuldades em deglutir, respirar e falar.
Em casos de maior gravidade o botulismo pode manifestar-se por paralisia respiratória, que pode conduzir à morte caso não seja providenciada assistência mecânica.
Neste caso, no entanto, e segundo Alberto Vasconcelos, tudo indica que os doentes vão recuperar, não só porque são relativamente jovens (as suas idades variam entre os 22 e os 39 anos), mas também porque as quantidades de presunto ingeridas terão sido reduzidas.
No entanto, a recuperação pode demorar "duas, três ou mais semanas".
Amostras do presunto e do sangue das vítimas foram enviadas para o Instituto Ricardo Jorge, para análise, de forma a confirmar se foi mesmo aquele alimento a causa da infecção, prevendo-se que os resultados sejam conhecidos no decorrer da próxima semana.
Fonte: PortugalDiário