A Associação de Defesa do Consumidor - Deco detectou água de má qualidade ou mesmo imprópria para consumo em 12 dos 50 concelhos analisados, apesar de considerar que, de um modo geral, a água consumida em Portugal é de qualidade.
Aguiar da Beira, Arouca, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Montalegre, Murça, Nordeste, Pinhel, Povoação, Sabugal, Valpaços e Vila Franca do Campo são os casos "mais problemáticos".
"Ainda há localidades onde persistem problemas de contaminação, embora de um modo geral a água consumida em Portugal seja de qualidade", demonstra o estudo da Deco.
O estudo mostra que os principais problemas são a contaminação bacteriológica e o excesso de ferro, arsénio, manganês e alumínio.
A Deco encontrou ainda cloratos e cloritos (que afectam a qualidade dos glóbulos vermelhos) em quantidades superiores às recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na água de Beja, Sabugal e Vila Velha de Ródão.
As águas de Valença e Valpaços continham valores elevados de endotoxinas (que podem provocar resistência a infecções, vómitos ou tensão alta).
A legislação portuguesa não obriga a que estas substâncias sejam analisadas na água, mas a OMS considera que poderão ser incluídas na lista de poluentes a pesquisar na água.
As falhas verificadas pelo estudo ocorrem sobretudo em concelhos com reduzida população, dispersa por uma vasta área.
Para este estudo a Deco utilizou os dados do relatório do Instituto Regulador de Águas e Resíduos de 2004 e resultados de análises complementares efectuadas em 2005 pela associação.
A Deco contesta o facto de a lei permitir que a água que abastece pequenas localidades seja submetida a um controlo menos frequente e apela ao Ministério do Ambiente para que altere a situação.
O relatório de 2004 do Instituto Regulador de Águas e Resíduos mostra que a contaminação microbiológica ainda existe em várias localidades, mas indica que o controlo da qualidade da água melhorou em relação a 2003, sobretudo porque o número de análises em falta diminuiu.
Fonte: Público