O Parlamento britânico anunciou que aprovou, na terça-feira passada, dia 14 de maio, a proibição da exportação de animais de produção vivos.
A Lei do Bem-Estar dos Animais de Produção pretende acabar com a exportação de milhares de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, javalis e cavalos para abate ou engorda de, ou através da Inglaterra, País de Gales e Escócia.
O seu objetivo passa por melhorar o bem-estar destes animais, pondo fim às viagens longas e árduas para outros países, durante as quais sofrem de sobrelotação, exaustão, desidratação e stress.
A legislação, pioneira no Reino Unido, foi aprovada pelos representantes eleitos da Câmara dos Comuns, tendo sido agora aprovada pela Câmara dos Lordes. A Lei terá ainda de receber o Consentimento Real.
De fora, fica a Irlanda do Norte devido a regras comerciais da União Europeia (UE) que ainda vigoram neste território no pós-Brexit.
Esta proibição, que ainda vigora no espaço europeu, foi proposta, pela primeira vez, em 2017 pelos conservadores como benefício do Brexit, estando os ativistas a pedirem esta medida há décadas.
Em declarações recentes à VIDA RURAL, no âmbito da proposta para as novas regras de bem-estar animal da Comissão Europeia, Inês Grenho Ajuda, Programme Leader for Farm Animal Welfare no Eurogroup for Animals – grupo que procura melhorar os padrões de bem-estar animal na União Europeia – pronunciou-se sobre o tema, afirmando ter vindo já a defender esta proibição e explica que o grupo utiliza “as oportunidades legislativas para tentar influenciar os decisores, como é o caso da lei de bem-estar animal que está agora a ser revista”, acrescentando que “somos a voz pelos animais na Europa”.
No que toca à exportação de animais de produção vivos, Inês Grenho Ajuda salienta que “na legislação do transporte, por exemplo, está explanada a questão de que a importação e exportação deverá ser feita apenas com carcaças e não com animais vivos e o Eurgroup for Animals teve um grande impacto nessa decisão”.
A Programme Leader for Farm Animal Welfare no Eurogroup for Animals, reforça a mensagem de que o grupo é “contra a exportação de animais vivos” e considera que, “mesmo com uma legislação mais apertada, os problemas vão continuar a existir”.
“Recentemente foi feito um relatório sobre a exportação de ovelhas de Portugal para Israel. Para o efeito, estudámos esse caminho e questionámos o que aconteceria se trocássemos exportação de animais vivos pelas carcaças dos animais mortos e concluímos que existem bastantes benefícios económicos e ambientais para o país, inclusivamente ao nível da criação de empregos”, explica a responsável.
Fonte: Vida Rural