Ao longo do tempo, a comunidade científica tem tentado desenvolver materiais seguros e sustentáveis capazes de substituir os plásticos tradicionais, que prejudicam o ambiente.
O maior problema dos plásticos biodegradáveis atuais, como o PLA, é que chegam ao oceano e não podem ser degradados porque são insolúveis em água. O resultado são os conhecidos microplásticos, que têm prejudicado a vida aquática, sendo cada vez mais comuns na cadeia alimentar.
Neste novo estudo, os cientistas resolveram esse problema com plásticos supramoleculares — polímeros com estruturas que são mantidas juntas através de interações reversíveis.
Segundo o EurekAlert, estes novos plásticos surgiram da combinação de dois monómeros iónicos que formam pontes salinas reticuladas e que fornecem alta resistência e flexibilidade.
Nos primeiros testes, um dos monómeros era um aditivo alimentar comum chamado hexametafosfato de sódio e o outro era um dos vários monómeros baseados em iões de guanidínio. Ambos podem ser metabolizados por bactérias, o que garante total biodegradabilidade assim que o plástico é dissolvido.
Neste novo material, a estrutura das pontes salinas é irreversível, a menos que seja exposta a eletrólitos como os encontrados na água do mar.
Além de atóxico, o novo plástico não é inflamável, podendo ser remodelado a temperaturas acima dos 120°C .
Por fim, os cientistas investigaram a reciclabilidade e biodegradabilidade do novo plástico e, após dissolvê-lo em água salgada, conseguiram recuperar 91% do hexametafosfato e 82% do guanidínio na forma de pó, o que indica que a reciclagem é fácil e eficiente.
No solo, folhas deste novo plástico degradaram-se completamente ao longo de 10 dias, tendo fornecido ao solo fósforo e nitrogénio em quantidades semelhantes a um fertilizante.
Fonte: AEIOU