Cinco anos após a apresentação do primeiro estudo de impacto, eis a atualização do estudo, que nos traz um cenário preocupante: mais fileiras em risco e maiores perdas:
Se há cinco anos as conclusões já foram preocupantes, com risco de perdas na ordem dos 332M€, agora o estudo foi alargado a um maior número de culturas – ciente da sua importância e primordialidade para uma alimentação equilibrada e de acesso justo – analisando qual o impacto das políticas e práticas europeias na avaliação dos produtos fitofarmacêuticos, bem como a intenção da Comissão Europeia de reduzir em até 50% a utilização destes produtos até 2030, poderá ter para oito culturas chave da agricultura portuguesa – às culturas Vinha para Vinho, Olival, Pera-Rocha, Milho e Tomate de Indústria analisados em 2020, juntaram-se este ano o Arroz, a Batata e a Maçã.
Um trabalho que, tendo como base a retirada de 44 substâncias ativas, permitiu estimar perdas muito importantes em todas as fileiras, assim como um impacto económico e social muito expressivo para a agricultura nacional, que deve orientar novos caminhos, encontrar novas soluções e agir em defesa do setor e da sua atividade.
IMPACTO ECONÓMICO
A agricultura portuguesa poderá perder até 510 milhões de euros anuais de rendimento devido à redução da produtividade e ao aumento dos custos de produção causados pela retirada de substâncias ativas essenciais à proteção das culturas. O impacto corresponde a 7% da produção vegetal nacional prevista para 2025.
Em termos de Margem Bruta, as perdas podem atingir 425 milhões de euros por ano, ou seja, 10,3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da agricultura nacional – uma quebra ainda mais acentuada do que os 9% registados em 2020.
VIABILIDADE DAS CULTURAS
Neste estudo é possível constatar que, devido à perda de produtividade e ao aumento dos custos no que respeita a soluções alternativas para proteção das culturas, existe o risco de 4 fileiras perderem a viabilidade económica: a Vinha nas regiões do Douro, Trás-os-Montes, Beiras e Alentejo, o Arroz no Mondego, o Milho no Minho e o Tomate para a Indústria no Ribatejo.
Em suma, das oito fileiras analisadas é possível concluir que, ao dia de hoje, o grande problema que as culturas enfrentam – e que poderia levar ao desaparecimento ou viabilidade com perdas muito significativas de pelo menos cinco fileiras chave – prende-se com a diminuição da produtividade e o aumento de custos, sobretudo devido à falta de alternativas eficazes que assegurem a proteção das culturas num ambiente de produção seguro e sustentável.
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Fonte: Agroportal