A Listeria monocytogenes é considerada um microrganismo emergente porque só recentemente foi reconhecida a sua transmissão a partir de alimentos. Como tal a FAO/WHO desenvolveram uma avaliação dos riscos para este patogénico.
A doença provocada pela Listeria monocytogenes é geralmente associada ao consumo de alimentos como queijos e produtos cárneos processados que são armazenados à temperatura de refrigeração por longos períodos de tempo, isto porque a Listeria monocytogenes pode crescer a baixas temperaturas.
Surtos de listeriose já foram reportados em vários países, incluindo Austrália, Suíça, França e América. Dois surtos de Listeria monocytogenes ocorridos em França no ano 2000 e na América em 1999 foram causados pela ingestão de língua de porco e salsichas respectivamente.
Em mulheres grávidas, as infecções causadas Listeria monocytogenes podem causar o aborto, nas crianças e em pessoas com o sistema imunitário debilitado podem provocar septicemia e meningite.
A avaliação dos riscos é a ciência baseada em componentes da análise dos riscos. Na década passada a análise dos riscos, um processo baseado na avaliação, gestão e comunicação dos riscos, emergiu como um modelo para aumentar os sistemas de controlo dos alimentos, com os objectivos de produzir alimentos mais seguros, reduzindo o número de intoxicações alimentares e facilitando a comercialização de alimentos.
As questões especificamente dirigidas pela avaliação dos riscos relacionados com a presença de L. Monocytogenes em alimentos foram:
Estimar o risco da presença de L. Monocytogenes em alimentos quando o número de organismos varia entre a ausência em 25 gramas e 1000 unidades formadoras de colónias (CFU)/gramas ou mililitros. Estimar o risco para os consumidores entre os diferentes grupos da população. Estimar o risco da presença de L. Monocytogenes em alimentos que favorecem o seu crescimento e em alimentos que não favorecem o seu crescimento em condições específicas de armazenagem e prazos de validade.Foram escolhidos quatro alimentos para a pesquisa: leite pasteurizado, gelado, carne fermentada e salmão fumado.
A avaliação do risco sugere que a maioria dos casos de listeriose resultam do consumo de um elevado número de L. Monocytogenes em alimentos prontos a serem consumidos que não cumprem com os critérios estabelecidos de 0.04 a 100 CFU/g.
Baixos números de bactérias têm baixas probabilidades de causar doença.
Os resultados sugerem que a probabilidade de se ficar doente após a ingestão do patogénico é maior em grupos da população mais susceptíveis, como grávidas e crianças.
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