Carlos Costa Neves, ministro da Agricultura assistiu ontem, em Asseiceira (Rio Maior), ao abate do "primeiro frango biológico português", no âmbito de uma visita que visou incentivar novas produções biológicas e valorizar estes produtos junto dos consumidores.
O ministro da Agricultura visitou uma exploração de frango produzido por métodos biológicos certificados e controlados, cuja primeira produção vai ser abatida quinta- feira, na Interaves, em Alenquer, para posteriormente ser comercializada.
De acordo com Costa Neves, a visita visou mostrar “bons exemplos” de organizações “fortes, organizadas e dotadas tecnicamente e que sabem que é essencial um esforço de promoção e comercialização”.
Afirmou ainda que "o segredo do sucesso da agricultura em Portugal tem a ver com a capacidade dos agricultores se organizarem e se associarem, independentemente da produção que façam".
O ministro da Agricultura explicou querer "desmistificar" a ideia de que os produtos de agricultura biológica são mais caros do que os da agricultura tradicional, com a excepção dos casos como os do frango, em que o tempo de crescimento até ao abate é três vezes superior ao do produzido em aviário.
Em termos de segurança alimentar, a produção biológica tem a mesma garantia que a tradicional, o que já não acontece em relação ao sabor, que é "mais rico" nos produtos biológicos, sublinhou Costa Neves.
Acrescentou que Portugal já tem produtos biológicos com "muita qualidade" e é o terceiro país da Europa com mais produtos qualificados, faltando apenas promovê-los e "acrescentar valor à qualificação".
Segundo o ministro, o objectivo geral em Portugal deve ser "produzir, o mais possível" do que se consome (a produção ronda apenas os 50%) e organizar cada vez mais a agricultura biológica, para reduzir custos e dar oferta a quem procura estes produtos.
"Se isso não se fizer, não vai deixar de se vender produtos biológicos em Portugal, não vão é ser portugueses", afirmou, sublinhando a necessidade de se "encontrarem cada vez mais respostas", não só porque há mercado, mas também porque é a agricultura que segura as pessoas no território.
A exploração de frangos biológicos que ontem visitou em Rio Maior pertence a uma engenheira zootécnica que decidiu dar continuidade à exploração da família, alterando os métodos de produção para o aproximar "o mais possível" ao tempo "dos avós".
Para além do espaço aberto em que os frangos são criados, a sua alimentação tem por base produtos de agricultura biológica, não sendo também adicionado qualquer tratamento à água, apostando-se na prevenção das doenças.
A exploração tem actualmente 1.500 animais e os frangos produzidos nesta exploração vão aparecer no mercado com uma rotulagem que o identifica claramente, não se confundindo com os frangos do campo.
Fonte: Lusa