De acordo com os dados da Comissão Europeia, Portugal foi o quarto país da União Europeia com mais casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE – conhecida por “doença das vacas loucas”) ao longo do ano passado, com um total de 92 animais infectados, o que significa uma regressão da doença.
Os números referem-se aos casos de "vacas loucas" detectados até final de Outubro de 2004, esperando ainda Bruxelas pelos resultados dos testes obrigatórios das suspeitas encontradas nos últimos dois meses do ano passado, o que levará a dados definitivos no final de Março.
O Reino Unido registou o maior número de casos (316), seguido da Espanha (133), Irlanda (126) e Portugal (92), segundo os levantamentos disponíveis.
O número nacional significa uma diminuição significativa das ocorrências em relação a 2003 - quando se detectaram 133 animais infectados, incluindo os importados - e uma inversão na tendência, uma vez que, há dois anos, Portugal e Espanha foram os dois únicos países que registaram aumento de casos de BSE, uma situação justificada também pela subida de número de testes de rastreio da doença.
Em 2004, também a Alemanha detectou 65 animais com a doença, bem como a França (50), Bélgica e Polónia (11), Itália (8), República Checa e Eslováquia (7), Holanda (6), Eslovénia (2) e Dinamarca (1), num total de 835 rezes infectadas em toda a União Europeia.
Bruxelas chama a atenção para o facto de a leitura dos dados dever ter em conta o universo dos animais existentes com mais de 24 meses – nos quais é feita a despistagem da BSE –, o que no caso de Portugal ronda os 800 mil, enquanto em França atinge cerca de 11 milhões.
De acordo com a Organização Internacional de Epizootias, um país está em situação de risco quando regista mais de 200 animais infectados por milhão de bovinos com mais de dois anos.
Durante seis anos Portugal esteve sujeito a um embargo às exportações de carne e produtos de bovinos devido ao elevado número de ocorrências de BSE, formalmente levantado a 21 de Novembro do ano passado por “Portugal ter tomado acções firmes de controlo do risco e a incidência de doença ter descido significativamente”.
Na passada sexta-feira, a União Europeia confirmou o primeiro caso de contágio da doença das "vacas loucas" a uma cabra, em França, na sequência do qual resolveu intensificar os testes para comprovar se se trata de um caso isolado ou se são necessárias mais medidas para travar a propagação da epizootia.
Fonte: Público