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Portugal vai poder ter supermilho
2005-04-21

Os agricultores portugueses já adquiriram sementes de milho geneticamente modificado. Alguns já terão mesmo começado o plantio, mas o diploma que regulamenta o seu cultivo só deverá ser aprovado hoje, em Conselho de Ministros.

O organismo responsável pela segurança alimentar na União Europeia (UE) garante que os transgénicos não comportam riscos para a saúde pública nem para o ambiente, apesar dos protestos dos ambientalistas.“Até agora, todos os alimentos geneticamente modificados que testámos não são uma ameaça para a saúde. Apenas num caso, achámos que os estudos não eram conclusivos e declarámos que era preciso investigar mais”, explicou Herman Koeter, director adjunto da Agência Europeia para a Segurança Alimentar (AESA), que deu uma conferência sobre transgénicos e segurança alimentar, ontem, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.Lá fora, em frente ao edifício, vestidos de branco, activistas de oito organizações não governamentais protestavam contra os pareceres favoráveis dos cientistas da AESA.

Margarida Silva, vice-presidente da Quercus e líder da plataforma Transgénicos Fora do Prato, afirmou que “esses investigadores não são independentes. Têm ligações directas à indústria interessada na adopção dos transgénicos”.

Unidos no protesto estavam também agricultores. José Alfredo, da direcção da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), disse que “nem os consumidores nem os agricultores têm a ganhar. Só as empresas poderosas que produzem as sementes”.

Ex-Ministros dão luz verde

Dois antigos ministros da Agricultura de governos do PSD fizeram parte da mesa da conferência sobre transgénicos, uma de várias integradas no ciclo ‘Saúde sem Fronteiras’, que a Gulbenkian acolhe ao longo do ano.

Arlindo Cunha e Sevinate Pinto defenderam uma postura cautelosa em relação a esta matéria, mas afirmaram não ver qualquer entrave a que o Governo aprove hoje a regulamentação que autoriza o cultivo do milho transgénico.

Sevinate Pinto afirmou que “a posição da AESA dá-me garantias sobre a segurança, enquanto cidadão comum. Submeto-me aos pareceres do conjunto de cientistas que trabalham estas matérias”.

“Temos de ter certeza de que o que estamos a fazer é correcto, mas também sabemos que a ciência não é absoluta e é preciso tomar decisões”, disse Arlindo Cunha.

Raízes do problema

OS PRÓS

O cultivo de produtos transgénicos dispensa o uso de químicos como pesticidas e herbicidas;

Os custos de produção são potencialmente mais reduzidos e permitem colocar produtos mais competitivos no mercado;

Um estudo norte-americano revelou que batatas transgénicas podem ajudar a prevenir contra a hepatite B;

Uma versão transgénica da mostarda indiana (‘Brassica juncea’) foi utilizada com sucesso na descontaminação de terrenos poluídos com selénio .

OS CONTRAS

As consequências de um consumo continuado desses produtos ainda não são totalmente conhecidas;

Os transgénicos resistentes às pragas produzem naturalmente toxinas que podem poluir o ambiente;

A coexistência com outras culturas pode infectá-las com matéria biológica transgénica.

OS MITOS

Os alimentos transgénicos podem provocar doenças graves como o cancro. Não há provas científicas disso;

Os transgénicos vão acabar com a fome no mundo. Na verdade, 85 por cento das crianças que passam fome vivem em países com excedentes agrícolas;

Os organismos modificadas geneticamente podem dar origem a monstros. Nos anos 60, dizia-se o mesmo dos químicos.



Fonte: Correio da Manhã

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