A Associação de Defesa dos Consumidores (DECO) encontrou níveis elevados de radioactividade em marcas de água engarrafada.
Num estudo realizado a 49 amostras de água da rede pública e engarrafada a DECO detectou ainda «indicadores preocupantes» em sete localidades de Portugal.
A associação dos consumidores já exigiu às autoridades portuguesas que tomem medidas urgentes face a esta situação.
São elas as câmaras municipais dos locais a que reportam os resultados, o Instituto Regulador de Águas e Resíduos, a Direcção-Geral de Saúde, a Inspecção-Geral da Saúde e direcções regionais de saúde envolvidas.
Segundo faz saber a DECO em comunicado, «vários estudos têm demonstrado que a exposição à radioactividade de diversas origens pode causar, por exemplo, problemas no funcionamento da tiróide e dos rins, diminuição da capacidade reprodutiva e das defesas do organismo».
A DECO revela que a água da rede pública apresenta valores de actividade alfa total, «indicador de radioactividade, superiores ao valor estabelecido por lei.
Em relação à água engarrafada, os técnicos da DECO detectaram uma actividade radiológica beta total «quase três vezes superior ao valor definido para a rede pública».
As concentrações de rádio, um elemento radioactivo, também eram mais elevadas do que o recomendado pelo Instituto de Águas e Resíduos (IRAR) para a água destinada a consumo humano.
«Ao contrário do que acontece com a água de abastecimento público, a lei que regulamenta a mineral natural e de nascente (engarrafada) não prevê o controlo de parâmetros radioactivos», esclarece a DECO.
A associação lembra que no caso da rede pública, os distribuidores são obrigados a controlar indicadores de radioactividade desde 1998. Em 2001, a transposição da directiva europeia relativa à água de consumo humano reforçou esta obrigação.
«No entanto, segundo o IRAR, entidade competente na área da qualidade da água para consumo humano, a maioria dos distribuidores nunca incluiu parâmetros radioactivos na monitorização da qualidade da água. Por isso, aquela entidade oficial não tem respostas para dar ao consumidor nesta área», denuncia a DECO.
A associação de defesa dos consumidores diz ainda que os «valores encontrados no estudo são um sinal de alarme, que impõe a realização de análises mais aprofundadas».
Para tal, a DECO considera que é preciso «determinar os elementos causadores do problema e verificar se a sua concentração excede a dose radioactiva considerada segura para a saúde humana», missão que entende caber às «entidades distribuidoras e engarrafadores de água».
A DECO entende que o Instituto Regulador de Águas e Instituto da Água deverão fazer um estudo radiológico exaustivo a todas as águas destinadas ao consumo humano e que as entidades gestoras da água de abastecimento público respeitem a lei, verifiquem os parâmetros de radioactividade.
Ao Governo exige que reveja a lei relativa às águas minerais naturais e de nascente, incluindo a monitorização obrigatória da radioactividade. Além disso considera que os resultados actualizados deverão ser indicados no rótulo, acompanhados de uma advertência para não beber com frequência, se for caso disso.
É aconselhável os consumidores procurarem conhecer o nível de radioactividade da água que consomem junto das câmaras, juntas de freguesia ou entidades gestoras.
Caso estas entidades não disponham desta informação devem contactar a Delegação Regional de Saúde.
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Fonte: Diário Digital