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Um incómodo ou um mal necessário? Eis as tampas acopladas, o novo terror de quem bebe em garrafas de plástico
2024-05-27

"Não é prático", "arranha" e "levam com a tampa no nariz", é assim que as tampas acopladas são descritas pelos consumidores

Está farto de abrir garrafas de plástico e de ficar com a tampa colada? Não dá jeito nenhum prende-se no nariz ou dificulta o momento de beber. São tampas acopladas, um tema que tem gerado controvérsia nas redes sociais, mas ao qual é melhor começarmos mesmo a habituar-nos.

Para tentar reduzir o impacto do plástico no meio ambiente, a Comissão Europeia percebeu que existiam vários produtos que contribuem em grande número para o lixo que vai parar aos oceanos, sendo um dos principais as tampas de plástico, consideradas altamente poluentes. Em 2018, Bruxelas anunciou medidas para combater a utilização excessiva de plásticos de utilização única, dando início ao fim das tampas de plástico separadas das garrafas.

A medida tem como objetivo fazer com que as tampas sejam recicladas junto com as garrafas, de modo a que não se percam e acabem no mar. Na diretiva 2019/904, é possível ler que "os Estados-Membros garantem que os produtos de plástico de utilização única (...) que possuam cápsulas e tampas de plástico apenas possam ser colocados no mercado se as cápsulas e tampas permanecerem fixadas aos recipientes durante a fase de utilização prevista do produto”.

A data limite para as marcas aderirem a esta medida é 3 de julho de 2024 e abrange todas as garrafas com capacidade inferior a três litros. Aquelas que têm uma capacidade superior, como os garrafões de água, ainda não terão este sistema por serem vendidas em número reduzido. Este novo sistema inclui garrafas de água, pacotes de leite, garrafas de sumo ou refrigerantes e pacotes de bebida vegetal. Por isso, embora já possamos ver Coca-Cola, Sprite ou tantas outras marcas de bebida - água, refrigerantes e outros -, ainda é possível que outras não tenham este mecanismo.

O modelo de tampas é escolhido por cada marca, sendo uma decisão individual, o único requisito é que seja acoplada à garrafa.

Antes de a medida ser tomada, Bruxelas teve de analisar o impacto dos microplásticos a nível ambiental, nos humanos e como as tampas eram um problema. Foi então que os eurodeputados perceberam que, muitas vezes, as tampas perdiam-se porque não eram depositadas no local correto e eram levadas para os oceanos. Ao chegarem ao mar, começam a entrar em decomposição e a libertar microplásticos, fator prejudicial para o ecossistema marítimo. Deste modo, concluíram que ao acoplar a tampa à garrafa, a probabilidade de os dois componentes serem descartados de forma correta é maior.

“A União deverá incentivar todos os produtores a limitar rigorosamente os microplásticos nas suas fórmulas”, pode ler-se na diretiva.

Apesar de não ser um tema ainda muito falado, nas redes sociais tem tendência a gerar opiniões negativas. Nas redes sociais X e Reddit são vários os utilizadores que dizem que o sistema “não é prático”, “arranha”, e que “levam com a tampa no nariz”.

A Deco Proteste afirma que, até ao momento, não recebeu reclamações sobre esta decisão, no entanto, a medida ainda não entrou em vigor na totalidade.

Fonte: CNN Portugal

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