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Salmonella na Europa
2004-12-16

A identificação dos microrganismos responsáveis pelos focos de toxi-infecções alimentares tem vindo a ser uma preocupação fundamental para a Europa.

Graças a uma adequada identificação pode saber-se quais as espécies mais frequentemente implicadas em problemas de saúde pública, determinar se se trata de um problema geral ou ligado a alguns países, e estabelecer medidas preventivas adequadas.

O objectivo é conhecer, com maior precisão os vários patogéneos responsáveis pela maior incidência de toxi-infecções alimentares na Europa.

No caso de serem microrganismos patogéneos de origem intestinal, os dados são recolhidos por uma rede constituída por laboratórios europeus de referência denominada Enter-net. Estes laboratórios trabalham utilizando os mesmos protocolos de análise e sistemas de identificação e controlo. Sendo assim, os dados são comparáveis, permitem tornar consistentes os critérios de avaliação e determinar a evolução e as tendências para os novos problemas de segurança alimentar.

A rede Enter-net dedica-se à recompilação da informação epidemiológica desde 1993. Cada um dos países membros da rede, de acordo com os laboratórios de referência, envia os dados obtidos à rede geral europeia. Inicialmente é realizada uma diferenciação entre casos esporádicos e surtos.

Os dados que estão a analisar provêm de 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, País de Gales, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Irlanda do Norte, Polónia, Portugal, República Checa, Suécia e Suíça. Desde 1998 registaram-se um total de 178.983 casos confirmados de Salmonella enteritidis nos países da rede Enter-net.

Os dados que neste momento despertam mais interesse correspondem ao fagótipo 4, que normalmente está relacionado com uma origem animal. Se o número de casos associado a este fagótipo é elevado, pode presumir-se que a fonte principal são as aves. Se o fagótipo é diferente significa que a origem pode ser variável.

Os dados actualizados da rede Enter-net para a Salmonella revelaram um aumento importante entre as formas distintas de fagótipos identificados na Europa, desde 1998 a 2003. Pelo contrário tem-se vindo a assistir a uma diminuição da incidência do fagótipo 4. Hoje em dia 90% dos casos estão associados a 7 fagotipos diferentes: 1,4,6,6A,8,14B e 21. O tipo 1 aumentou de 8,6%  para 17,8% dos casos, o tipo 8 passou de 5,9% para 13%, o tipo 14B passou de 1,2% a 6,1% e o fagótipo 21 de 3,1% para 10% dos casos. Ao mesmo tempo foi evidente a diminuição dos tipos 4 e 6A sendo a sua frequência actual de 3,6%.

Analisando os dados gerais a Enter-net verificou que o número de casos totais associados ao fagótipo 4 tende a diminuir na maior parte dos países europeus e ao mesmo tempo os outros serótipos tendem a aumentar. Estes resultados levaram a concluir que, apesar das reduções serem pequenas, desde que se controlem os tipos de fagótipos que afectam as aves, consegue-se uma redução no número de casos humanos. 

A principal fonte de Salmonella enteritidis são as aves, o ovo e os ovoprodutos,  portanto a via de contaminação mais frequente é a transmissão de qualquer destes produtos contaminados para o homem. A via de entrada é a via oral por consumo de alimentos que foram inadequadamente  processados ou por contaminação por portadores. Em todos os casos, as origens estão num consumo de alimentos insuficientemente refrigerados e cozinhados.

No ano de 2002 a salmonella enteriditis foi o serótipo mais encontrado no ovo, com 62,9 % das amostras positivas.



Fonte: http://www.consumaseguridad.com/

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