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Grande maioria de anúncios a alimentos vistos por crianças são de produtos não saudáveis
2023-06-01

O estudo, desenvolvido em simultâneo em Portugal, Noruega e Reino Unido, foi promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e os dados nacionais são apresentados esta quinta-feira pela DGS, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

A Direção Geral de Saúde (DGS) alerta esta quinta-feira para um estudo que dá conta que mais de 80% dos anúncios a alimentos ou refrigerantes vistos nas redes sociais, em telemóveis ou tablets, por crianças entre os 3 e 16 anos são de produtos não saudáveis.

De acordo com o estudo promovido pela (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, desenvolvido com o apoio da Região Europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças do sexo feminino, com idades entre os 13 e os 16 anos, e de contextos socioeconómicos mais baixos, são as mais expostas.

No topo das categorias que mais são promovidas para crianças (29,9%) estão os refrigerantes, seguidos das refeições pré-preparadas ou prontas a consumir (19,3%), chocolates (8,6%), bolos (6,5%) sumos e néctares (5,6%).

Já no que toca ao tipo de plataforma, a rede social Instagram ocupa uma posição de destaque no canal da publicidade, representando mais de metade dos anúncios (56%). Seguem-se o YouTube e o TikTok, com 17,5% e 14,5%, respetivamente, e, com menor representatividade, o Twitter, com 6,4%, e o Facebook, com 5,6%.

De acordo com a DGS, a propósito do conteúdo analisado, destacam-se, ainda, algumas possíveis estratégias de adaptação à legislação portuguesa que restringe a publicidade alimentar dirigida a crianças, apostando em anúncios que apenas fazem referência à marca, sem que seja identificado um produto alimentar específico, e em sistemas de verificação de idade para aceder a conteúdos.

O estudo, desenvolvido em simultâneo em Portugal, Noruega e Reino Unido, foi promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e os dados nacionais são apresentados esta quinta-feira pela DGS, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Crianças foram expostas a mais de 18 mil anúncios

O estudo-piloto, que acompanhou um grupo de 44 crianças entre os 3 e 16 anos entre 28 de fevereiro do ano passado e 20 janeiro deste ano, permitiu igualmente identificar algumas estratégias de adaptação das marcas às restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos, que continuam a permitir a exposição das crianças ao marketing alimentar.

De acordo com os dados recolhidos, que indicam que em 30% dos casos os proprietários do aparelho são os pais e em 70% as crianças, há sistemas de verificação de idade para aceder aos conteúdos dos websites de algumas marcas de alimentos e bebidas e aumentaram os anúncios que apenas fazem referência à marca, sem que seja identificado um produto alimentar específico.

Durante o ano, as crianças estudadas foram expostas a 18.469 anúncios quando usavam os smartphones ou tablets, 8% (1.476) dos quais a alimentos e bebidas. Destes, 37% são de marcas independentes da indústria alimentar, 24% de aplicações de entrega de refeições e 11% de supermercados.

A aplicação usada no estudo, que foi instalada nos aparelhos das crianças (70%) ou dos pais (30%), recolhe dados relativos ao título do anúncio (apenas anúncios pagos), descrição do seu conteúdo, anunciante, data e hora da exposição, duração da visualização do anúncio (no caso do YouTube), bem como a plataforma através da qual a exposição ao anúncio ocorreu.

Fonte: Renascença

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