A União Europeia está otimista com a possibilidade de chegar a um acordo global sobre o plástico na reunião da quinta sessão da Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA), que abre em 28 de fevereiro em Nairobi.
O comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevicius, afirmou esta quinta-feira na sede da ONU que a gestão dos resíduos plásticos será sem dúvida um dos grandes temas desta cimeira ambiental porque o plástico – especificou – representa 80% da poluição dos mares e oceanos.
Sinkevicius assegurou que 140 países da ONU são a favor de uma regulamentação global sobre o tratamento de resíduos plásticos e, deles, metade apoiam medidas vinculantes além dos princípios, mas reconheceu que princípios são uma coisa, que despertam grande apoio, e outra os detalhes, onde surgem mais discrepâncias.
A poluição plástica é responsável por boa parte da perda de empregos nas economias litorâneas devido à redução da fauna marinha, já que os plásticos muitas vezes são feitos com produtos químicos prejudiciais aos peixes.
Por isso, encorajou os países não só a aderirem ao futuro acordo global, mas também a promoverem legislação a nível nacional para regular o uso “necessário” do plástico, legislação que será antes de tudo muito útil para o próprio setor empresarial.
O comissário acrescentou que os oceanos e as florestas são os dois ambientes onde a perda de biodiversidade pode ser mais apreciada, e defendeu que é um problema que não está a ser suficientemente explicado aos cidadãos, para o qual defendeu mais pedagogia.
Também defendeu a proibição da exportação de resíduos – proposta em andamento na Comissão Europeia, financiando sistemas de tratamento de resíduos nos países que não os possuem, e essa questão, assim como o que chamou de “sobreembalagem” deve ser discutida em Nairobi para reduzir a poluição e sim ajudar a tornar as economias ‘circulares’.
Por último, referiu-se também à recente declaração de energia nuclear “sustentável” e de determinadas centrais de gás por parte da Comissão Europeia, especificando que este será um período de “transição” enquanto se avança para as energias verdadeiramente renováveis, e recordou que “o grande poluidor” ainda é o carvão, ainda presente em muitos países.
Fonte: Greensavers