A diretora-geral de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo, alerta, em declarações à TSF, que a doença está a "expandir-se rapidamente". O consumo de carne de animais doentes não é perigoso, mas há restrições ao movimento de animais nestas explorações, nomeadamente para exportação.
Há uma nova doença animal na Europa, que começou em Itália, entrou em Espanha e chegou a Portugal em julho. A doença já foi confirmada em 14 explorações no Alentejo e outras sob suspeita, à espera de análises, no centro do país. Nesta altura praticamente todo o país está em situação de alerta.
Trata-se da doença hemorrágica epizoótica, que afeta somente animais ruminantes - especialmente bovinos. O consumo de carne de animais doentes não é sequer perigoso, mas o avanço rápido da doença provoca algumas inquietações, já que implica restrições ao movimento de animais nestas explorações, nomeadamente para exportação.
"É uma doença vírica, afeta os ruminantes - em especial bovinos e os cervídeos selvagens -, é transmitida por vetores e não afeta os seres humanos", explica, em declarações à TSF, a diretora-geral de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo.
"Quando detetamos uma exploração positiva, é estabelecido um raio de 150 quilómetros que limita o movimento dos animais a partir dessa grande área para outras zonas onde nunca foi reportada a doença, isto numa perspetiva de controlo", continua, alertando que, tal como em Espanha, a doença "está a expandir-se rapidamente".
Apesar de não reconhecer nenhuma morte associada a esta doença, que, em regra, pode ser tratada em poucos dias, Susana Pombo afirma que em Espanha, existem já casos de animais mortos.
Como se trata de uma doença nova, não há vacina, pelo que a prevenção passa pelo controlo de mosquitos, higiene nas explorações e limites à movimentação de animais potencialmente infetados num raio de 150 quilómetros, cobrindo praticamente todo o país.
Dentro desse raio de 150 quilómetros, os animais de explorações afetadas podem seguir para abate e comercialização, mas não podem ser exportados para países da União Europeia (UE) além de Espanha e Itália, que já têm a doença.
"Há constrangimentos dentro da UE porque só se podem movimentar [animais] dentro de áreas afetadas. Se escolhermos exportar, por exemplo, para França, que é um país que, até à data, é livre [da doença], aí destas áreas afetas não podemos certificar animais", esclarece.
A diretora-geral veterinária pede aos produtores que estejam atentos aos sintomas e alerta as autoridades em caso de suspeita, até porque a transparência é a melhor forma de lidar com o problema.
"É uma doença que tem uns sinais clínicos que são mais frequentes e que os médicos veterinários e os senhores produtores devem estar atentos, como lesões na mucosa oral, no focinho, há reportes de que os animais produzem saliva com excesso, com corrimento nasal, por vezes inflamação na coroa dos cascos, alguma coceira e febres", enumera.
Fonte: TSF