Em Portugal, os produtos de denominação de origem protegida (DOP) não são sujeitos a um controlo de qualidade, apesar de existir um processo de certificação, pelo que um cientista vem defender a criação de um sistema genético para informar o consumidor sobre a origem dos produtos que compram, ou seja, para ele poder “comprovar se a carne ou o queijo que está a comprar é, de facto, um produto diferenciado”.
António Amorim, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), defendeu que “Portugal deveria contar com um sistema de controlo do produto a juzante, que pudesse actuar até mesmo quando o produto está numa prateleira de supermercado ou é servido num restaurante”.
De acordo com António Amorim, um controlo de qualidade de base genética, a partir do estabelecimento de linhagens dos animais que possam garantir a procedência dos produtos, seria um caminho que potenciaria retorno, “dinamizando laboratórios e a investigação científica”.
Ana Soeiro, do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica, reagiu a esta ideia afirmando que receia que um controlo de qualidade de base genético seja demasiado caro e demorado, lembrando que análises deste género “não são normais em fiscalizações de rotina”. No entanto, garante, “se se encontrar uma forma barata e rápida de as fazer, seria a primeira a sugerir aos organismos de controlo que utilizassem esse método”.
Contudo, Ana Soeiro, lembrou que já existe um processo de controlo aos produtos certificados, exercido sobre as explorações agrícolas envolvidas nas Denominações de Origem Protegida, que consiste em rotular e enviar os produtos para venda com uma marca de certificação numerada. “Este é já um processo” e “funciona”, sustentou.
Fonte: Diário de Notícias