Nos últimos anos, a interseção entre geopolítica e agricultura tem-se tornado cada vez mais evidente. Os produtores europeus enfrentam um cenário em rápida evolução, marcado por tensões comerciais, mudanças climáticas, instabilidade nos mercados globais e desafios internos no seio da própria União Europeia. Este contexto aumenta claramente os riscos, mas cria também oportunidades, e ambos exigem uma adaptação estratégica do setor agroalimentar.
A resiliência da agricultura europeia depende da sua capacidade de se ajustar a um ambiente volátil, onde os fatores externos desempenham um papel cada vez mais determinante na forma como os alimentos são produzidos, distribuídos e consumidos.
A crescente fragmentação do comércio global, impulsionada por conflitos internacionais, sanções económicas e novas políticas protecionistas, tem afetado significativamente as cadeias de abastecimento agrícolas. A dependência da União Europeia na importação de fertilizantes, de cereais e de outras matérias-primas expôs fragilidades estruturais que foram evidenciadas, por exemplo, pela guerra na Ucrânia. A instabilidade no Mar Vermelho e as crescentes tensões com potências como a China e os Estados Unidos adicionam camadas de incerteza ao acesso a fatores de produção essenciais e mercados estratégicos. Esta conjuntura leva a uma instabilidade dos preços das commodities agrícolas e da energia, criando um efeito cascata sobre os custos de produção dos agricultores europeus.
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Fonte: SAPO