31 de Outubro de 2024
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Proteger as nossas normas de integridade alimentar da UE com tecnologia de ponta
2024-10-02

Está realmente a receber o peixe pelo qual pagou? Quão autêntico é o mel que está na sua mesa de pequeno-almoço?

O aumento das práticas fraudulentas na cadeia agroalimentar é uma preocupação crescente tanto para os consumidores como para os produtores honestos.

Num novo relatório, o Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia propõe reforçar a integridade do sistema alimentar da UE, integrando tecnologias de rastreabilidade de ponta, inovações digitais e sistemas de autenticidade nas normas de segurança existentes.

Esta iniciativa promete beneficiar os cidadãos europeus, garantindo que os alimentos que consomem são seguros, autênticos e de elevada qualidade.

Centralizar os dados relativos à fraude alimentar

Um volume substancial de dados sobre a cadeia alimentar já está acessível a nível europeu e internacional, permitindo uma mudança para uma abordagem digital e baseada no risco para salvaguardar o sistema alimentar. No entanto, estas fontes de dados estão dispersas por vários operadores de empresas do sector alimentar, autoridades competentes dos Estados-Membros e serviços da Comissão e, infelizmente, nem sempre são interoperáveis.

Para proteger o(s) sistema(s) alimentar(es) europeu(s), temos de aplicar uma abordagem mais holística e abordar as suspeitas e os problemas com ferramentas digitais avançadas.

A Direção-Geral da Saúde e da Segurança dos Alimentos da Comissão lançou uma nova abordagem inovadora que utiliza a inteligência artificial e a aprendizagem automática para analisar grandes quantidades de dados. Estes desenvolvimentos ajudarão a detetar irregularidades que possam indiciar fraude, a integrar informações relacionadas com a fraude agroalimentar, a gerar sinais de alerta precoce de potenciais fraudes e a ajudar na gestão de casos suspeitos.

Incluem modelos de aprendizagem automática que utilizam casos anteriores de fraude alimentar da Rede de Fraude Alimentar da UE para explorar a análise preditiva para detetar potenciais fraudes. Os resultados aumentarão o interesse dos Estados-Membros da UE em comunicar todos os casos de fraude agroalimentar detectados através da plataforma do Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal (RASFF).

O relatório recomenda igualmente a criação de:

- um fundo de dados independente para facilitar a partilha de dados relativos à fraude alimentar entre a indústria alimentar e as autoridades, incentivando a participação da indústria

- uma parceria público-privada para promover a adoção de sistemas de rastreabilidade digital interoperáveis pelas empresas do sector alimentar, permitindo a partilha de dados com as autoridades, conforme necessário

- um roteiro tecnológico bem definido para a criação de um sistema de tecnologia da informação baseado em inteligência artificial (IA) para a integridade alimentar, combinando grandes conjuntos de dados e analisando-os com ferramentas de grandes volumes de dados.

Este projeto integrará as competências da Comissão Europeia com conjuntos de dados relevantes, peritos em TI e cientistas de dados.

Contexto político

A Estratégia do Prado ao Prato reconheceu a necessidade de intensificar os esforços para combater as práticas fraudulentas na cadeia agroalimentar, reforçando simultaneamente a rastreabilidade e os sistemas de alerta para melhorar a coordenação no combate à fraude alimentar.

As conclusões do Conselho sublinham que uma ação bem sucedida para combater a fraude alimentar deve basear-se num intercâmbio rápido e eficaz de informações pertinentes, numa comunicação adequada e numa estreita colaboração entre as autoridades dos Estados-Membros, bem como entre os Estados-Membros e a Comissão.

Fonte: EU News & Qualfood

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