O ECDC – Centro Europeu de Controlo de Doenças – alertou esta terça-feira para um aumento significativo de casos de criptosporidiose em várias regiões europeias, com particular incidência em países como Irlanda, Luxemburgo, Países Baixos e Reino Unido. A subida do número de casos, em muitos ligados a viagens a Espanha, deve-se às condições meteorológicas no sul da Europa nos últimos meses, com ondas de calor e chuvas fortes, revelou o jornal espanhol ‘El Mundo’.
E em que consiste a criptosporidiose?
É uma doença causada pelo parasita Cryptosporidium, cuja transmissão ocorre pela via fecal-oral, ao entrar em contato com os ovos depositados pelo parasita. A doença pode ser contraída através do consumo de água ou alimentos contaminados, ou pelo contato direto com pessoas ou animais infetados. Os oocistos são resistentes a desinfetantes, como o cloro, e podem sobreviver por longos períodos no solo ou na água, mesmo sob condições extremas, como temperaturas muito baixas ou muito altas.
De acordo com diversos estudos de serovigilância indicam que a infeção é comum nos países desenvolvidos e quase universal nos países mais pobres.
E quais são os sintomas?
Em indivíduos saudáveis, a infeção pode ser assintomática, embora a apresentação mais comum da doença seja diarreia aquosa que pode ser acompanhada de cólicas abdominais, perda de apetite, febre baixa, náuseas, vómitos e perda de peso. Geralmente, esta condição resolve-se espontaneamente em cerca de duas semanas. De qualquer forma, em pessoas vulneráveis, como imunossuprimidos, essa diarreia pode piorar e colocar em risco a vida do paciente.
A maioria das pessoas com criptosporidiose melhora sem tratamento, embora em alguns casos possa ser necessário prescrever tratamento antiparasitário. Ao enfrentar a diarreia, é importante beber bastante líquido para evitar a desidratação. Em pessoas vulneráveis, pode ser necessária internação hospitalar para receber hidratação intravenosa.
Geralmente, os surtos de Cryptosporidium estão relacionados com água potável ou recreativa contaminada, leite não pasteurizado ou outros alimentos ou bebidas potencialmente contaminadas. Quando se suspeita que a fonte de infeção seja a água potável, a genotipagem do Cryptosporidium identificado pode ser considerada para determinar a origem da contaminação e orientar medidas de controlo.
O último relatório do ECDC indica que o aumento de casos pode dever-se a uma combinação de fatores relacionados com as condições meteorológicas extremas que afetaram o sul da Europa neste verão. De qualquer forma, as autoridades de saúde continuam a acompanhar a situação.
Fonte: Executive Digest - Sapo.pt