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Dieta de 7 alimentos pode reduzir em 76% o risco de doenças cardiovasculares
2004-12-20

Um grupo de cientistas descobriu a "Polymeal", um conjunto de ingredientes que reduz em 76% o risco de ataques cardíacos e aumenta significativamente a esperança média de vida. O estudo é publicado esta semana na revista "British Medical Journal".

As doenças cardiovasculares continuam a ser a maior causa de morte nos países ocidentais e, apesar de as suas principais causas já terem sido identificadas, a prevenção ainda não atingiu os níveis desejados, devido aos custos e efeitos secundários dos tratamentos.

Assim, o regime "Polymeal" apresenta-se como uma alternativa eficaz na redução das doenças de coração, defende a equipa coordenada por Oscar Franco, do Centro Médico Universitário de Roterdão (Holanda).

Os resultados são mais consideráveis no sexo masculino, cuja esperança média de vida aumenta 6,6 anos em relação aos homens que não praticam a "Polymeal". Os seguidores masculinos deste tipo de alimentação poderão viver mais 9 anos sem sofrer de problemas de coração; os que mesmo assim tiverem problemas, sofrerão menos anos em relação aos que não praticam esta alimentação. As mulheres terão também uma esperança de vida aumentada em mais de 5 anos, e conseguirão ver adiado o risco de doenças cardiovasculares por mais 8. Os alimentos que se incluem neste regime são vinho, peixe, chocolate preto, fruta e vegetais, amêndoas e alho, recomendados numa base diária (excepto o peixe, que é aconselhável ingerir apenas 4 vezes por semana). Para definirem quais os alimentos mais apropriados para evitar os acidentes cardiovasculares, os cientistas recorreram à literatura médica sobre temas que incluem a capacidade dos alimentos reduzirem as doenças de coração, tensão arterial e níveis de colesterol, através da diversificação das quantidades ingeridas, e estudaram o efeito da combinação dos alimentos. Seguiu-se o cálculo do efeito potencial deste tipo de alimentação, por meio de um estudo ainda a decorrer em adultos americanos. As quantidades exactas dos alimentos a ingerir foram especificadas, mas não é certo se a ingestão de quantidades superiores às recomendadas tem ou não alguma influência na redução dos riscos de doença. No entanto, confirmou-se que uma diminuição das quantidades reduziria a eficácia da "Polymeal". Curiosamente, a omissão do vinho no regime provoca o maior efeito em termos de prevenção, sendo que os outros ingredientes não têm uma influência tão acentuada. Em 2003, os investigadores Nicholas Wald e Malcolm Law propuseram o "Polypill", um comprimido que seria composto por 6 medicamentos diferentes e deveria ser tomado pela população em geral a partir dos 55 anos, com vista a prevenir doenças cardiovasculares, como colesterol alto, tensão arterial elevada ou bloqueio das artérias. Os investigadores calculavam que seria possível reduzir em 80% a incidência destas doenças foram apontadas algumas falhas a este novo método. De acordo com o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, as doses dos seis medicamentos contidas no comprimido podem não ser as mais apropriadas para todos os doentes. "Se um doente tem a tensão arterial baixa, o "Polypill" vai fazer-lhe pior, já que um dos objectivos é baixar a tensão. Esta medida leva a que muitos doentes recebam o que não precisam.Os autores da "Polymeal" tentaram encontrar uma alternativa não farmacêutica, e conseguiram uma forma mais natural e, aparentemente, mais segura e saborosa de prevenir os acidentes cardiovasculares. A "Polymeal" não apresenta efeitos secundários graves. Contudo, verificaram-se alguns inconvenientes na ingestão de alho, como mau hálito, odor corporal, dores abdominais ou reacções alérgicas. No caso de um consumo excessivo de peixe, há efeitos secundários como concentrações de mercúrio no sangue, especialmente após o consumo de grandes carnívoros, como o peixe-espada ou o tubarão. O preço do regime varia de acordo com os países. Num supermercado em Roterdão estimou-se que o regime custe 21,60 € por semana. A "Polymeal" não tem contra-indicações, mas os autores recomendam que o consumidor não conduza veículos ou desempenhe actividades que exijam atenção logo após as refeições.

Ingredientes

% de redução dos riscos de doenças cardiovasculares

Vinho (150 ml/dia)

32

Peixe (114 g, quatro vezes/semana)

14

Chocolate preto (100 g/dia)

21

Fruta e vegetais (400 g/dia)

21

Alho (2.7 g/dia)

25

Amêndoas (68 g/dia)

12,5

Efeito combinado

76



Fonte: Público

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