Riscos de propagação de uma epidemia das aves desvalorizados e decisão da Holanda de fazer o confinamento dos seus aviários de ar livre criticada, pelos especialistas sanitários da Comissão Europeia (CE).
Os especialistas apelam e recomendam, em comunicado, a um "reforço da vigilância" das aves migratórias - em particular os patos selvagens - e a uma "revisão dos planos de contingência" contra a gripe. O documento realça que "uma interdição generalizada não foi considerada proporcional ao risco actual de difusão da doença" na União Europeia.
Em Bruxelas, os especialistas sanitários avaliaram os riscos de extensão da epidemia observada da Rússia à União Europeia e, recomendam a recolha de amostras de aves migratórias, a promoção da adopção de planos de bio-segurança junto dos avicultores e a informação à população. A CE "pediu a todos os Estados membros o reforço das suas medidas de segurança e vai desbloquear financiamentos para facilitar esse esforço", afastando, por agora, a proibição da caça de algumas espécies selvagens, a manutenção de aves domésticas em cativeiro, o seu abatimento ou venda em feiras.
A Comissão prometeu um co-financiamento até 50% de acções de prevenção e testes, contando ter disponíveis até final deste ano 1,2 milhões de euros para esse efeito, de acordo com a AFP. "A fim de assegurar que as medidas em prática sejam plenamente respeitadas", os especialista realçam a importância da vigilância. Entre essas medidas encontra-se a da interdição da importação de aves provenientes da Rússia, em vigor desde 12 de Agosto. Não havendo qualquer registo de humanos que tenham contraído o vírus, as autoridades anunciaram na terça-feira o fim da quarentena nas 12 cidades onde os surtos foram observados. A epidemia está controlada e estabilizará em breve, refere um responsável dos serviços sanitários russos, . A estirpe H5N1, detectada na Rússia, que é transmissível aos humanos e foi já responsável pela morte de 61 pessoas desde que foi registada no Sudeste Asiático, em 2003.Segundo a declaração do comissário europeu da Saúde e da Protecção dos Consumidores, Markos kyprianou, "é evidente que faremos tudo o que pudermos para prevenir a propagação desta epidemia devastadora à União Europeia". Contudo, "tendo em conta os dados de que dispomos actualmente sobre as rotas de migração das espécies de aves que poderão representar um risco de propagação do vírus, o grupo concluiu que o perigo imediato da sua introdução [na União Europeia] é fraco e remoto".Quanto mais a circulação do vírus da gripe das aves se prolongar, mais o risco de infecção humana aumenta, refere a Organização Mundial de Saúde.
O perigo de ver o vírus adquirir a capacidade de se transmitir entre humanos, originando uma pandemia, é também cada vez maior.
Fonte: DN