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A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que o número de aves migratórias que morreram na província de Qinghai (noroeste) devido a gripe das aves ascende a 5.000, cinco vezes mais do que tinha sido anunciado pelas autoridades chinesas.
As autoridades chinesas tinham confirmado em Maio um foco de gripe das aves em Qinghai, tendo o último balanço, no final desse mês, sido de cerca de 1.000 aves migratórias mortas vítimas do vírus H5N1 - a variante mais mortal de gripe das aves, que pode contagiar humanos.
O valor oficial não voltou a ser actualizado desde então pelo governo chinês.
Os especialistas das Nações Unidas exortaram também o governo chinês a trabalhar mais no sentido de aferir a gravidade da situação.
A quantidade de aves migratórias, incluindo gansos e outras espécies, encontradas mortas numa ilha situada no Lago de Qinghai, dentro de uma reserva natural, surpreendeu os especialistas.
Uma equipa da OMS e da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) visitou a região nos últimos dias e considera que o elevado número de aves migratórias mortas demonstra que a doença se tornou mais perigosa.
Julie Hall, especialista em doenças contagiosas da OMS (China), assinalou que “esta é a primeira vez que nós vemos uma quantidade tão grande de aves migratórias morrerem de gripe das aves".
"Por isso, é óbvio que o vírus se transformou e tornou-se mais patogénico para os animais. Mas o que isto significa para os humanos nós não sabemos", acrescentou a especialista.
A OMS e a FAO estão a pedir ao governo chinês para examinar e investigar de forma mais aprofundada este fenómeno antes que as aves deixem a ilha na reserva natural - situada numa rota migratória - dentro de cerca de um mês e meio rumo a outros países vizinhos.
"Acreditamos que há uma janela de oportunidade para estudar estes pássaros, mas esta janela é só de um mês e meio", assinalou a especialista da OMS.
"Isto é vital se queremos emitir um sinal de alerta atempado a outros países antes que as aves cheguem", afirmou Hall.
Os especialistas da OMS e FAO estão a agendar uma visita de campo a Xinjiang, local onde foi confirmado em Junho um segundo foco de gripe das aves.
Em Xinjiang, vizinha de Qinghai, foram infectados 1.042 gansos com o vírus H5N1, segundo dados do governo do início deste mês.
Estes dois focos de gripe das aves foram os primeiros casos registados este ano, depois de em 2004 a China ter confirmado 49 focos espalhados pelo país, mas nenhum caso de infecção humana.
Novo Caso de Gripe das Aves no Japão
O Japão detectou um foco de gripe das aves. Trata-se da estirpe H5N2, que é menos virulenta que a que tem afectado os restantes países asiáticos, mas vai obrigar ao abate das 25 mil aves da exploração afectada.
As autoridades japonesas detectaram os primeiros casos de gripe das aves em Janeiro de 2004, sendo que a estirpe detectada era a mais perigosa, a H5N1.
Haviam passado 79 anos sem que se detectasse o vírus em terras nipónicas e, depois de 5 de Março do ano passado, o Japão estava no bom caminho para declarar-se livre da doença. O novo foco invalida essas aspirações.
Fonte: AgroDigital, Confagri e AgroPortal
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