Na passada sexta-feira, a Direcção-geral de Veterinária esclareceu que o vírus da gripe das aves não se transmite por via alimentar, sendo seguro o consumo de carne de aves.
Tutelada pelo Ministério da Agricultura, a Direcção-Geral de Veterinária, lembrou ainda que foram adoptadas medidas de prevenção depois da reunião do Comité Permanente da Cadeia Alimentar e Saúde Animal, dia 25 de Agosto, em Bruxelas.
A prevenção inclui a intensificação dos planos de vigilância e o aumento do controlo de fronteiras.
Foram também transmitidas ao sector avícola "medidas de reforço da biosegurança".
Uma das medidas prevê "a aquisição de ovos ou aves para criação deve ser sempre precedida da obtenção de garantias sanitárias, nomeadamente quanto à proveniência das aves".
Outra das recomendações é a "desinfecção eficaz dos equipamentos, locais, materiais, veículos de transporte, vestuário e calçado".
A Direcção-Geral de Veterinária sublinha que "as camas, as penas e os restos de cascas de ovos devem ser encaminhados de forma controlada para sistemas de tratamento que garantam a respectiva descontaminação".
É também necessário reforçar todas as medidas preventivas para impedir o contacto de aves selvagens originárias da China com as de produção, "através da verificação e manutenção do estado de conservação de redes e outros meios de dissuasão dessas aves".
Deve-se ainda evitar derramar rações ou matérias-primas e expor os contentores ou os comedouros ao ar livre, para não atrair aves selvagens.
"Na sequência da observação ou do registo de situações de doença ou de mortalidades inesperadas, devem ser accionados de imediato os mecanismos de alerta previstos, nomeadamente através de contactos com as autoridades sanitárias veterinárias locais", explica o comunicado.
Na sequência destes contactos, poderão ser aplicados "os procedimentos previstos no Plano de Alerta da Gripe Aviária para situações de suspeita da doença: colheita de amostras, envio para o Laboratório oficial nacional (LNIV) e notificação oficial da suspeita".
As explorações ao ar livre próximas lagos, represas, barragens, etc devem adoptar medidas para evitar que os espaços de criação das aves domésticas sejam frequentados por aves selvagens, podendo recorrer à "cobertura dos espaços com redes de malha adequada".
"Os programas de profilaxia médica usuais nos diferentes tipos de exploração avícola (vacinações, quimioprofilácticos e probióticos) devem ser rigorosamente cumpridos", refere ainda.
A Direcção-Geral de Veterinária garante que "os serviços veterinários locais, regionais e centrais estão preparados para, num quadro de emergência sanitária, prestar todo o apoio".
O Governo aprovou na quinta-feira em Conselho de Ministros a compra de um medicamento anti-viral para tratamento da chamada "gripe das aves", uma "medida preventiva" para responder à eventual ocorrência de uma pandemia desta doença.
Correia de Campos, ministro da Saúde, assegurou que "é uma medida preventiva", realçando que "não há qualquer risco para a saúde".
O Governo prevê gastar 22,5 milhões de euros nos próximos dois anos com a aquisição deste anti-viral (fosfato de oseltamivir), considerado o "mais eficaz contra as estripes virais" existentes.
Em 2006 deverão ser gastos 7,7 milhões de euros e, no ano seguinte, 14,9 milhões.
O sistema de vigilância da gripe das aves realizou este ano mil análises em explorações avícolas portuguesas, nenhuma com resultado positivo, e vai intensificar a amostragem em aves aquáticas migratórias, informou a Agência Portuguesa de Segurança Alimentar.
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Fonte: Lusa