Os sabores tradicionais portugueses, incluindo bacalhau, queijos, vinhos e azeite, estão em destaque na I Feira Internacional de Alimentação, Bebidas e Hotelaria “Alimentícia Angola”, ontem inaugurada em Luanda com cerca de 150 expositores de seis países.
A representação portuguesa neste certame integra 16 empresas, que ocupam uma área própria, denominada “Espaço Portugal”, numa iniciativa conjunta do ICEP, Associação Industrial Portuguesa (AIP) e Associação Empresarial de Portugal (AEP).
O delegado da AIP em Angola, Fernando Faria, afirmou que "a nossa intenção é criar nesta feira um espaço de referência, tal como acontece com o Pavilhão de Portugal na Feira Internacional de Luanda (FILDA)".
A importância da presença portuguesa neste certame resulta do facto de o sector alimentar ter uma importância significativa no comércio bilateral com Angola.
Fernando Faria realçou que "a maior parte dos produtos alimentares consumidos no país são de origem portuguesa".
Esta situação foi também confirmada por Fernando Anjos, delegado do ICEP em Luanda, que destacou o "peso significativo do sector alimentar nas exportações portuguesas para Angola".
Os dados relativos a 2004, ainda provisórios, referem que o sector de produtos alimentares e bebidas representa cerca de 20% do total das exportações portuguesas para Angola, que ascenderam a 672 milhões de euros.
"Este sector tem um peso importante nas exportações portuguesas, mas também tem nas importações angolanas", frisou Fernando Anjos, salientando que a presença de empresas portuguesas nesta feira permitirá estabelecer contactos directos com os importadores angolanos.
Nesse sentido, o delegado do ICEP considerou que a presença portuguesa na “Alimentícia Angola” "facilitará os contactos directos, permitindo fugir aos circuitos de distribuição das tradings".
"O comércio para Angola ainda está muito centrado nas tradings, existindo empresas portuguesas que vende produtos para Angola sem sequer saberem que estão a exportar para este país", afirmou.
Apesar desta situação, Fernando Anjos reconheceu que "está a melhorar a qualidade dos canais de distribuição para Angola".
Nesta primeira edição da “Alimentícia Angola”, a representação portuguesa integra 16 empresas, que comercializam desde os tradicionais bacalhau, azeite, vinhos e queijos, até aos sumos e enchidos, passando pelos produtos de confeitaria e mercearia diversa.
Armários frigoríficos, mobiliário para restauração e hotelaria, fogões, máquinas de café e gelo e equipamento para a indústria alimentar estão também patentes no “Espaço Portugal”.
O delegado do ICEP em Luanda realçou, no entanto, que a presença portuguesa nesta feira ultrapassa os limites deste espaço próprio, uma vez que o certame conta também com "empresas portuguesas que já estão instaladas no mercado angolano e se apresentam individualmente", além de estarem patentes "produtos portugueses expostos por empresas angolanas que os representam neste mercado".
A “Alimentícia Angola”, que estará patente até domingo, ocupa uma área de cerca de 1.700 metros quadrados na Feira Internacional de Luanda, nos arredores da capital angolana.
Fonte: Lusa