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Acrilamida: Estará Portugal acima dos restantes Países Desenvolvidos
2004-12-28

No relatório apresentado pelo Comité Científico dos Alimentos (Scientific Committee on Food) a pedido da Comissão Europeia refere que o facto de se ter descoberto a formação de acrilamida em vários produtos processados não pode ser considerado como um novo risco. Esta afirmação prende-se com o facto da Acrilamida não ser considerada como algo que passou a ser adicionado ou como resultado de uma alteração na tecnologia usada. O conhecimento será sempre útil numa perspectiva de minimizar o risco, reduzindo se possível a formação da acrilamida, aumentando desse modo e no futuro a Segurança Alimentar.

Vários produtos pela sua composição e pela forma que são processados são susceptíveis de conterem acrilamida. Na hierarquia da lista de produtos mais susceptíveis encontram-se produtos que contenham amido e sejam processados a temperaturas elevadas (superiores a 120 ºC). Processos de cozimento ou de fritura originam naturalmente nestes produtos o aparecimento de acrilamida.

Esta semana a Associação para a defesa dos consumidores- DECO, publicou um estudo em batata frita de pacote e em restaurantes. Os valores mais altos obtidos para acrilamida em batata frita em pacote ficaram compreendidos entre 510 e 960 micro g/Kg. Estes valores encontram-se no intervalo publicado no relatório do Comité Científico que atribui um intervalo mais alargado de <50-3500 micro g/Kg para batatas fritas, sendo que o valor médio foi de 537. Os valores do comité reportam a 39 amostras, obtidas nos seguintes Países: Reino Unido, Suiça, Noruega, Suécia e Estados Unidos.

A questão que falta avaliar e responder, é se o consumo diário destes produtos, é suficiente para que se atinja no organismo níveis de toxicidade e como consequência o aparecimento de tumores malignos. Qual a velocidade de degradação destes compostos no organismos?

Considerando as diferenças existentes nos hábitos alimentares e nas práticas de confecção dos alimentos entre os países da Comunidade Europeia, verifica-se a existência de grandes diferenças no grau de exposição à acrilamida e outras substâncias.

De acordo com os dados analíticos disponíveis até à data e considerando algumas famílias de alimentos, a média de exposição à acrilamida, é possível demonstrar que existem países em que as populações estão mais sujeitas ao consumo desta substância. Os resultados demonstraram por exemplo que na Suécia a população adulta está exposta diariamente a um valor aproximado de 0,5 (micro g/Kg de peso corporal/dia) enquanto que os Noruegueses têm um valor para a mediana de 0,3 e um Percentil (P97,5) de 1,3. A OMS por seu lado atribui aos países desenvolvidos um valor estimado e compreendido entre os 0,3 – 0,8 (micro g/Kg de peso corporal/dia). Em todos os casos acima referidos os valores serão significativamente superiores quando consideradas as crianças ou adolescentes, resultado do consumo elevado de produtos denominados como “snacks”, bem como pelo facto do menor peso dos indivíduos. Contudo, o Comité sugere que se realizem mais análises nos diferentes países da Comunidade de modo a avaliar a presença e formação da acrilamida nos diferentes produtos da cadeia alimentar.

Com os dados disponíveis e assumindo de certo modo a pouca informação, o Comité considera que a exposição à acrilamida por via alimentar é 5 vezes mais baixo do que dose tóxica (2 mg/Kg/dia) usada em experiências com animais (ratos). Por esta razão, considera o Comité que não será esperado atingir esses níveis de toxicidade no Homem.

O Comité Científico refere neste relatório que é da opinião que não é actualmente possível avaliar o risco da exposição à acrilamida em alimentos.

O Comité considera ainda que não tem usado modelos matemáticos para extrapolar quantitativamente o efeito de compostos supostamente carcinogénicos nos humanos, a partir de resultados obtidos com animais. Tal posição, defende o Comité, prende-se com o facto de que os humanos podem responder de modo muito distinto, à exposição de uma dada substância quando comparado com os resultados obtidos em ratos ou outros animais.

As recomendações apresentadas pelo Comité neste relatório são essencialmente as seguintes: - os níveis de acrilamida nos alimentos devem ser tão baixos quanto possível, não sendo contudo possível com os dados existentes definir limites;

- que sejam revistos e alterados alguns processos de produção e preparação dos alimentos, uma vez que existem valores de acrilamida muito díspares dentro da mesma gama de produtos;

-considera que já poderiam ser tomadas algumas medidas para minimizar a concentração de acrilamida nos produtos alimentares a saber:

Os alimentos não devem ser processados excessivamente, ou seja, durante muito tempo ou a altas temperaturas. Contudo, alerta que todos os alimentos, e em especial a carne e derivados, devem ser bem processados de modo a destruir os microrganismos patogénicos. A população deverá ter um comportamento alimentar de modo a possuir uma dieta equilibrada e o mais variada possível, a qual deverá incluir muita fruta e vegetais, moderando o consumo de fritos e alimentos contendo elevadas concentrações de gordura. Deverão ser investigadas alternativas a alterações na formulação, processamento e outras práticas de fabrico.

 



Fonte: Opinion of the Scientific Committee on Food on new findings regarding the presence of acrylamid in foodhttp://europe.eu.int/comm/food/fs/sc/scf/index_en.html

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