A universidade açoriana está a estudar a criação de um novo milho híbrido adaptado ao clima das ilhas e com maior produtividade e qualidade, através de testes a cerca de 150 amostras do produto recolhidas na ilha Terceira.
A informação foi avançada pelo investigador da Universidade dos Açores, Horta Lopes, durante uma visita do secretário adjunto do vice-presidente do Governo Regional dos Açores, que se inteirou do percurso da investigação que está a ser financiada por fundos europeus.
Das variedades em análise, disse Horta Lopes, será possível conjugar as melhores qualidades de cada uma em termos de produção para obter um produto novo que sirva para as ilhas açorianas e as regiões autónomas da Madeira e Canárias, que participam também nas investigações.
Além do milho, os investigadores das três regiões, que contam com a colaboração dos serviços de desenvolvimento agrário e produtores da associação privada Fruter, estão também a estudar 36 variedades de macieiras, 14 de castanheiros, três de batata doce e quatro de inhame.
Os estudos visam também, através da extracção de ADN nas macieiras e castanheiros, determinar a sua caracterização molecular para distinguir quais são, de facto, as variedades regionais.
O projecto, denominado “Germobanco II" e que envolve as universidades dos Açores, Madeira e Canárias, foi financiado em 1,7 milhões de euros pelo programa europeu Interreg B II e tem como objectivo final preservar e conservar as variedades antigas daquelas produções.
O presidente da Fruter, Fernando Sieuve, realçou a necessidade de melhorar essas variedades, tornando-as de elevada qualidade comercial e competitivas no mercado, garantindo que estão isentas de doenças.
Esta é uma forma de garantir a presença no mercado de produtos tradicionais de elevada qualidade que podem render mais valias económicas aos produtores, sublinhou Fernando Sieuve.
O responsável pela Fruter entregou ao secretário regional adjunto do vice-presidente, Carlos Corvelo, a proposta para financiamento de 1,8 milhões de euros para um novo programa, "Germobanco III", que tem por objectivo fazer a preservação das variedades pela técnica "in vitro".
Carlos Corvelo afirmou que "o último pacote financeiro do Interreg está limitado a 12 milhões de euros para todos os projectos açorianos, o que implica uma análise muito rigorosa, em particular daqueles que tiveram sucesso nos financiamentos anteriores".
De acordo com Carlos Corvelo, os projectos seleccionados serão alvo de análise e decisão num seminário que vai decorrer nas Canárias em Novembro, esperando que, pelo seu sucesso e importância, "o Germobanco não venha a ser muito afectado".
Fonte: Diário dos Açores