“Se o fim do mundo chegar amanhã, vou plantar uma árvore.” - Akira Miyawaki
A citação pertence a um botânico e ecologista japonês, cujo nome batiza o método de plantação de miniflorestas que pretende revolucionar as zonas urbanas de todo o Mundo. Ao promover o crescimento destas florestas nativas densas, que se desenvolvem rapidamente, é possível verificar benefícios como a melhoria da qualidade do ar, a captura de carbono, a redução do calor urbano, a regulação hídrica e a criação de habitats naturais para a fauna e flora locais.
No âmbito do Dia Mundial das Cidades, assinalado a 31 de outubro, foi inaugurada a Rede de Miniflorestas de Portugal, que pretende aumentar a resiliência das cidades aos efeitos das alterações climáticas. Outro dos objetivos desta iniciativa é promover a biodiversidade urbana através da plantação de florestas baseadas no método japonês Miyawaki, criado nos anos 70.
O projeto é dirigido às comunidades urbanas e rurais, instituições de ensino e entidades do governo local, que têm como objetivo transformar os seus espaços verdes e melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Florestas mini em área, maxi em benefícios
Em Portugal, a utilização do método japonês Miyawaki é recente. Esta fórmula utiliza apenas espécies autóctones, numa seleção de árvores e plantas que poderiam nascer naturalmente nas áreas das miniflorestas. Estas zonas podem tornar-se ecossistemas maduros em apenas 10 anos, o que representa um ritmo muito superior quando comparado ao tempo que uma floresta pode levar para se regenerar. O Método Miyawaki tem sido usado com sucesso em muitos projetos em todo o Mundo, e a sua popularidade está em crescimento na Europa.
A Rede de Miniflorestas portuguesa é coordenada por várias organizações ambientais e já mapeou 30 miniflorestas em várias regiões do país, com planos de expansão para os próximos anos. Estas florestas estão espalhadas em locais como Évora, Vila Viçosa, Castro Marim, Faro, Silves, Torres Vedras, Peniche e na área metropolitana de Lisboa.
Neste projeto, a participação ativa da comunidade é incentivada, de forma a criar um impacto social e ambiental duradouro. Ao transformar espaços urbanos degradados em ecossistemas autossustentáveis, a iniciativa procura envolver as comunidades locais, promover o bem-estar e o sentido de pertença.
A Rede é composta por seis organizações (Biggest Mini Forest, Floresta Nativa / Nativawaky, Forest Impact, Ilhas de Biodiversidade, 2adapt, URBEM) que, colaborativamente, impulsionam a plantação de florestas Miyawaki em áreas urbanas e rurais, criando ecossistemas sustentáveis.
A criação da rede visa dar visibilidade às miniflorestas já plantadas e a explorar colaborações futuras entre os membros, expandido assim estas ações a todo o território português.
Alinhada com vários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nomeadamente o ODS 3 e 4 (Saúde e Educação de qualidade), o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), o ODS 13 (Ação Climática) e o ODS 15 (Vida Terrestre), a Rede de Miniflorestas de Portugal está a promover as parcerias entre diversas entidades (ODS 17 Parcerias para o desenvolvimento sustentável) para facilitar a implementação de miniflorestas e criar uma rede nacional na Plataforma ODSlocal.
Fonte: Sapo