O Ministério da Agricultura polaco anunciou que vai apresentar à Comissão Europeia uma moção para banir no seu território a importação e cultivo de 17 variedades de milho geneticamente modificado, fabricado pela empresa norte-americana Monsanto.
A Polónia espera que a Comissão decida sobre a sua moção no espaço de um a dois meses. Com esta iniciativa, este Estado-membro é agora o segundo da Europa Central a banir o milho geneticamente modificado. A Hungria foi o primeiro, em meados de Janeiro passado.
As variedades de milho em causa estão aprovadas por Bruxelas, mas os estados-membros têm a liberdade de decidir sobre a sua circulação em território nacional. Na Polónia, ainda não são plantadas quaisquer plantas transgénicas e o governo pretende evitar que, pelo menos nos próximos dois anos, essa prática chegue ao país.
A associação ecologista Greenpeace congratulou a Polónia pela sua decisão e apelou a todos os estados-membros para que optem pela mesma política.
Comissão Europeia Quer Estudar Efeitos dos OGM a Longo Prazo
Ontem, em comunicado, a Comissão Europeia declarou que pretende conduzir um estudo sobre os efeitos dos organismos geneticamente modificados (OGM) na saúde humana e animal, a longo prazo.
A Comissão apelou às partes interessadas no estudo para se concentrarem no «potencial cumulativo de efeitos a longo prazo» de grupos individuais de culturas OGM e para reportarem quais as áreas em que a investigação é mais necessária.
Na União Europeia, estão autorizadas poucas variedades de culturas transgénicas, contando-se, principalmente, variedades de milho. A Comissão especificou que «esta tarefa deverá dar prioridade aos tipos de plantas OGM lançadas dentro da Comunidade no presente e aquelas cuja autorização se prevê no futuro próximo».
A Comissão realizou, na semana passada, o primeiro debate sobre OGM em mais de um ano. Concluiu que é necessário autorizar mais variedades de transgénicos no espaço comunitário, apesar da recusa de muitos estados-membros. Até agora, as autorizações concedidas a OGM estão ligadas a produtos para alimentação e processamento industrial; nenhuma variedade foi autorizada para plantação desde 1998.
Diversos grupos ambientalistas criticaram a iniciativa da Comissão Europeia, não pelo estudo em si, mas porque admite assim que, no espaço de oito anos desde a primeira aprovação de um OGM, as autoridades comunitárias não se preocuparam com os efeitos a longo prazo, tanto ao nível da saúde humana como do ambiente.
Adrian Bebb, da organização ecologista Friends of the Earth, afirmou que «os consumidores estiveram expostos a isto, animais de explorações tiveram expostos à alimentação com enormes quantidades de ração OGM sem qualquer estudo de efeitos a longo prazo».
Fonte: PlanetArk e Confagri