A União Europeia aumentou hoje as medidas de controlo alimentar para evitar a comercialização de produtos suspeitos de conterem o corante cancerígeno "Sudan", como o óleo de palma, usado nos chocolates e bolachas, ou o "chilli".
A partir de agora, é obrigatória uma certificação do óleo de palma virgem, cúrcuma (planta de cuja raiz se extraem corantes, também conhecida como açafrão-da-Índia) e do pimentão (chilli) que garanta a ausência do corante "Sudan" (I, II, III e IV) - o mesmo que se suspeitou estar presente no molho inglês comercializado em Portugal - para que a sua importação para a UE seja autorizada.
De acordo Phillipe Tods, o porta-voz comunitário da Saúde e Defesa do Consumidor, a Comissão Europeia recebeu nos últimos meses 87 notificações dos Estados-membros sobre a presença de produtos com ingredientes contaminados com o corante tóxico, provenientes do Gana.
Cabe às autoridades nacionais a responsabilidade de controlar que as importações daqueles produtos não contém "Sudan" e, caso tal ocorra, comunicar de imediato a Bruxelas, através de um sistema de alerta rápido e retirá-los urgentemente do mercado.
Para ajudar neste trabalho, Bruxelas publicou hoje um folheto dirigido às empresas do sector, explicando as obrigações para controlar os riscos de contaminação nos seus produtos e evitar que cheguem ao consumidor.
Entre as obrigações, consta garantir a segurança dos produtos, o controlo dos componentes em todas as fases da cadeia alimentar, a transparência e a prevenção.
Em Fevereiro passado, Portugal e onze países da União Europeia estiveram sob suspeita de comercializarem produtos contaminados com "Sudan I".
No caso português, tratou-se do molho inglês, tendo sido retirados do mercado cerca de 40 mil litros daquele produto.
No entanto, as análises às amostras de molho inglês das marcas Ferbar e Makro, suspeitas de conterem o corante, não revelaram a presença dessa substância.
Já no Reino Unido foram retirados 420 produtos dos supermercados por conter como ingrediente pimentão com o aditivo tóxico.
O corante "Sudan" foi classificado como cancerígeno pela Agência Internacional para a Investigação do Cancro, sendo por isso proibida a sua utilização nos produtos alimentares na União Europeia.
Fonte: AgroPortal