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ANIL: Brucelose Não Afecta Queijos Frescos Pasteurizados
2005-08-03

NOTA DE IMPRENSA

Brucelose Não Afecta Queijos Frescos Pasteurizados

As notícias relativas ao surto de Brucelose da região de Leiria estão a afectar fortemente a comercialização de produtos com qualidade e fabricados de acordo com todos os preceitos ao nível da Segurança Alimentar.

A ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios tomou conhecimento de que estão a ser divulgadas nos últimos dias várias notícias com referência a um surto de brucelose na região de Leiria.

A comunicação social tem associado este surto de brucelose ao consumo de queijo fresco NÃO PASTEURIZADO, estando, ao que sabemos, perfeitamente identificada a produtora dos referidos queijos frescos. Entretanto, parece não ter sido ainda identificado o rebanho contaminado cujo leite estará na origem deste problema.

Esta situação levanta dois tipos diferentes de questões, a saber:

1. É, há mais de trinta anos, expressamente proibida a produção e comercialização de queijos frescos não pasteurizados;

2. É do conhecimento científico comum que a pasteurização do leite evita a contaminação do queijo com brucelose.

Assim e antes de mais, a ANIL considera que devem ser accionadas - quer no que se refere aos produtos em causa, quer relativamente ao responsável pela respectiva colocação no mercado - todas as medidas coercivas previstas na lei, pois não se trata de um qualquer problema de incúria momentânea, mas de uma prática reiterada de produção em moldes de há muito proibidos.

Por outro lado, solicitamos a diferentes autoridades oficiais – Agência Portuguesa para a Segurança Alimentar, Direcção Geral de Fiscalização e Controlo Alimentar e Instituto do Consumidor – que fosse divulgada informação que sublinhasse não apenas a proibição de comercialização de queijos frescos produzidos a partir de leite cru, como também recordasse que a pasteurização retira do queijo fresco os riscos associados à contaminação por brucelose.

Gostaríamos também de manifestar a nossa mais profunda estupefacção quanto à forma como diversos órgãos de comunicação social têm abordado este problema, passando por recomendações ao não consumo de leite e de queijo fresco, mas:

- esquecendo a referência à expressão NÃO PASTEURIZADO; - esquecendo que aqueles dois produtos presentes no mercado são submetidos a tratamentos térmicos (pasteurização, esterilização ou ultrapasteurização) que inibem os riscos associados aos mais diversos tipos de contaminação;- esquecendo finalmente que as empresas presentes no mercado têm implementados sistemas de autocontrolo do tipo HACCP, sendo, obviamente, a verificação das possibilidades de contaminação da matéria prima utilizada e dos produtos colocados no mercado, dois dos denominados pontos críticos de controlo.

Gostaríamos, finalmente, de dar conta do maior repúdio pelo facto de alguns órgãos de comunicação social estarem a ilustrar as suas peças informativas com imagens de produtos perfeitamente identificados, produtos esses laborados por empresas de reconhecida capacidade e qualidade, empresas que nada têm que ver com o presente surto de brucelose e que estão já a sentir na pele as quebras de vendas derivadas em muito da falta de cuidado e do sensacionalismo de quem noticia, tornando abstracta e genérica uma situação perfeitamente identificada e localizada.

As empresas lesadas sentem-se no direito de proceder judicialmente contra esses órgãos de comunicação, invocando as perdas e danos que tal associação obviamente implica.

Porto, 3 de Agosto de 2005

Pel’A Direcção da ANIL

Pedro PimentelSecretário Geral



Fonte: ANIL

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