De acordo com um estudo publicado na passada quinta-feira na revista científica Nature, o azeite extra virgem tem um composto que ajuda a aliviar as dores, a combater inflamações e a reduzir o risco de cancro.
Investigadores norte-americanos identificaram no azeite extra virgem um composto denominado oleocanthal que actua da mesma forma que o ibuprofeno (substância activa dos analgésicos e anti-inflamatórios).
Os investigadores afirmaram que "uma dose diária de 50 gramas, ou quatro colheres, de azeite confere o equivalente a cerca de 10% da dose de ibuprofeno recomendada para alívio das dores num adulto".
Assim, o consumo de azeite, nomeadamente através da dieta mediterrânica, poderá trazer a longo prazo os benefícios do ibuprofeno, tais como prevenir a doença de Alzheimer ou diminuir o risco de cancro.
Segundo Paul Breslin, um dos investigadores, o oleocanthal existe em qualquer azeite extra virgem, mas a sua concentração depende de vários factores, como a variedade da azeitona e a sua idade na altura em que é prensada.
Por isso, para escolher o azeite com a maior dose de oleocanthal, o investigador aconselha a escolha de um "sabor autenticamente mediterrânico".
De acordo com o cientista, o ideal será comprar um azeite extra virgem produzido num país mediterrânico, mas existe uma outra regra simples de seguir para escolher um azeite rico em oleocanthal.
Este componente é responsável pela sensação de ardor na garganta que dá um bom azeite extra virgem, pelo que "uma boa forma de testar é tomar um pequeno gole de azeite puro e verificar quão forte é a sensação". "Quanto maior o ardor, maior o nível de oleocanthal", acrescenta.
Paul Breslin considera que tais capacidades medicinais podem explicar por que a dieta mediterrânica é boa para uma vida longa e saudável.
Os efeitos secundários do uso prolongado do ibuprofeno podem incluir problemas nos rins e no aparelho digestivo, mas como o oleocanthal tem uma estrutura química diferente não é claro se estes efeitos secundários poderão ocorrer com uma dieta rica em azeite.
Por isso, Paul Breslin recorda que é fundamental seguir uma dieta rica em vegetais e com poucas calorias.
Fonte: Lusa