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Gripe das Aves: CE dá 25 mil euros a Portugal para vigilância
2005-09-15

A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira a atribuição de 25.120 euros às autoridades portuguesas no quadro do co-financiamento dos programas nacionais de monitorização da «gripe das aves», depois de recentemente ter aconselhado os Estados-Membros a manterem-se «vigilantes».

A Comissão indicou que o Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal da UE ratificou a sua proposta de aprovação dos planos dos Estados-Membros e de co-financiamento, em 50%, dos respectivos programas, pelo que Bruxelas vai avançar com os primeiros apoios, prometendo desde já outros «se necessário».

Assim, para o período compreendido entre Julho passado e Janeiro de 2006, Bruxelas vai destinar uma verba inicial de 883.700 euros para o co-financiamento dos planos nacionais de vigilância dos 25 Estados-Membros, cabendo a Portugal 25.120 euros.

A Comissão acrescentou que serão disponibilizados «fundos adicionais se necessário».

Num levantamento feito a nível comunitário, a Comissão indica que em Portugal foram realizados até ao momento 4.870 testes a aves domésticas e 1.350 a aves selvagens.

No passado dia 1, o Governo português aprovou, em Conselho de Ministros, a compra de um medicamento anti-viral para tratamento da «gripe das aves», tendo então o ministro da Saúde, Correia de Campos, sublinhado que se trata de uma «medida preventiva» e que «não há qualquer risco para a saúde pública» no momento actual.

Correia de Campos precisou que o Governo prevê gastar 22,5 milhões de euros nos próximos dois anos com a aquisição deste anti-viral (fosfato de Oseltamivir), considerado o «mais eficaz contra as estirpes virais» existentes.

Recordando que todos os testes realizados até ao momento em explorações avícolas portuguesas deram resultado negativo, o ministro adiantou que as análises seriam agora também alargadas às aves aquáticas migratórias.

A Comissão Europeia recomendou recentemente aos Estados-membros que mantenham vigilância, actualizem os planos de contingência, controlem a introdução de aves vivas através das fronteiras e comuniquem com os consumidores.

Bruxelas quer também que as organizações de caça sejam obrigadas a notificar às autoridades nacionais competentes qualquer mortalidade anormal ou surtos de doença em aves selvagens, proposta que mereceu igualmente o aval do comité permanente da saúde animal.

Estirpes Menos Virulentas da Gripe das Aves Também Podem Infectar os Humanos

Segundo um estudo realizado sobre os focos de gripe das aves que apareceram em Itália, entre 1999 e 2003, pelo menos uma das estirpes menos virulentas tem a capacidade de infectar os humanos em contacto com os animais.

A descoberta foi detectada por análises a amostras de sangue dos trabalhadores das explorações em regiões afectadas e os focos foram de duas estirpes: uma de baixa virulência, o H7N3; e a outra de alta, o H7N1.

O estudo acaba de ser publicado na edição online do The Journal of Infectious Diseases.

CE quer ser informada por Estados-Membros sobre a Gripe das Aves

O comissário europeu da Saúde e Protecção do Consumidor, Markos Kyprianou, instou esta quarta-feira os Estados-membros a reforçar a vigilância, intensificar o controlo das fronteiras e a facultar informação a Bruxelas sobre os seus planos nacionais de saúde no caso de um eventual surto de gripe das aves.

Também recomendou que os países se abasteçam de vacinas e anti-vírus suficientes em caso de se verificar uma pandemia.

Durante a sua intervenção perante a Comissão do Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar do Parlamento Europeu, Markos Kyprianou assegurou que, de acordo com a informação de que dispõe, a principal ameaça provém da importação de aves, mais do que das aves migratórias.

Sublinhou ainda que os caçadores devem notificar as autoridades competentes sempre que encontrem um animal morto em circunstâncias estranhas e recordou que as aves selvagens devem ser alvo de uma vigilância obrigatória.

Kyprianou indicou que a Comissão Europeia tem planos de coordenação porém que os serviços de saúde são da competência dos Estados-Membros, e que, no caso de uma pandemia, Bruxelas «não decide nem executa».

Por esta razão, insistiu que os países devem aumentar o nível de vacinação em conformidade com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) para ter uma maior capacidade de enfrentar uma eventual pandemia.

Informou ainda que haverá financiamento comunitário no caso de se registar um surto de gripe aviária e recordou que o Fundo de Solidariedade (1.000 milhões de euros) poderá ser utilizado no próximo quadro financeiro em casos de saúde pública ou pandemias.

Entretanto, foi agendado para o próximo dia 22 de Setembro uma nova reunião entre responsáveis médicos e veterinários para avaliar a situação e coordenar as tarefas.



Fonte: Diário Digital, AgroDigital e Confagri

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