A Danone Portugal juntou-se a produtores agrícolas portugueses para fabricar os novos iogurtes de pedaços, com frutos nacionais com nomes protegidos a nível comunitário, para conseguir a liderança deste segmento de mercado.
Para promover os novos iogurtes, nas lojas a partir de 9 de Junho, a Danone Portugal vai investir 3,5 milhões de euros em publicidade, principalmente em anúncios na televisão e na imprensa, conforme referiu Martinho Tojo, director-geral da empresa.
O projecto envolve a empresa e 620 produtores frutícolas com 362 toneladas de fruta, numa primeira fase, uma quantidade que poderá aumentar "se a receptividade do mercado for boa", conforme referiu Rosária Jorge, responsável pelo Marketing da marca.
O objectivo é "apostar no segmento de mercado de iogurtes de pedaços para conquistar a liderança", duplicando as vendas deste produto que actualmente não ultrapassam cerca de 5% do total da facturação da Danone Portugal, explicou Rosária Jorge, falando à margem da apresentação do projecto.
Para já, a produção dos sete tipos de iogurte de outras tantas frutas com Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP), feita na fábrica de Castelo Branco, destina-se ao mercado nacional, acrescentou.
No final de 2005, a Danone Portugal espera ter vendido 10 milhões de iogurtes Puro Danone Pedaços, mas este número poderá ser maior, como reconhece a responsável pelo Marketing da marca.
Para já os consumidores vão começar a ouvir falar dos "Puro Danone Pedaços" numa campanha publicitária na rua a partir de meados de Junho, onde a empresa irá investir 3,5 milhões de euros, principalmente em anúncios na televisão e na imprensa.
A nova gama de iogurtes, que vai estar nas lojas a partir de 9 de Junho, inclui os sabores Ananás dos Açores (DOP), Pêra Rocha do Oeste (DOP), Mel da Terra Quente (DOP) e Nozes, Cereja da Cova da Beira (IGP), Pêssego da Cova da Beira (IGP), Maçã de Alcobaça (IGP) e Morango cultivado no Ribatejo.
Para os produtores, agrupados em seis cooperativas ou associações em diversas regiões do país, este projecto representa "a valorização da fruta nacional, no que este sector tem de melhor" o que "é muito importante principalmente na "época difícil que a agricultura atravessa".
Já Ana Soeiro, do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica (Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas), realça o facto de esta ser uma vertente nova da utilização da fruta nacional com nomes protegidos, "um passo muito importante porque abre outros caminhos".
"Agora é uma marca de iogurtes que usa estes frutos, no futuro pode ser uma outra empresa a utilizar outros produtos tradicionais portugueses" ou com certificação, como queijo ou chouriço, defendeu.
Ana Soeiro chamou a atenção para a falta de legislação que regule estas situações já que são os produtores a poder utilizar os nomes da DOP ou da IGP e não qualquer empresa.
Assim, neste caso, foi necessário seguir alguns passos como o contacto com os produtores, a decisão acerca da informação mencionado no rótulo dos iogurtes e a realização de controlos por uma entidade privada.
Portugal tem actualmente 13 frutos com DOP e 7 com IGP.
A Danone Portugal aumentou as vendas em 7%, para 163 milhões de euros, no ano passado, enquanto os lucros subiram 28%, para 24,8 milhões de euros.
A Danone Portugal é líder do mercado de iogurtes e tinha no final de 2004 uma quota de 39,9%, quase inalterada face aos 39,7% de 2003, de acordo com o director-geral da empresa, que cita dados da Nielsen.
Em segundo lugar no mercado dos iogurtes, está a Nestlé, cuja quota desceu de 28 para 26,8% num ano, seguida da Lactogal, com 10,4%.
Em Portugal, o consumo de iogurte per capita é de 17,5 quilos por ano, uma quantidade mais baixa que a Holanda, que atinge 54,5 quilos, França com 34,1 quilos ou Espanha, com 22,8 quilos.
O grupo Danone está em 120 países e tem 38 unidades industriais de produtos frescos em todo o mundo, oito das quais no sul da Europa, em Portugal, Espanha, Itália e Canárias.
Fonte: Lusa