Um novo sistema permite detectar a presença de bactérias em latas de conservas, graças a uma tampa desenhada para avisar o consumidor que o produto não se encontra próprio para consumo. O sistema, baseado num mecanismo biológico pode vir a ser útil para a indústria alimentar. A inventora, é Ruth López, investigadora da Faculdade de Biologia de Santiago de Compostela (USC). López idealizou uma tampa para conservas que funciona baseada num mecanismo biológico: " Quando crescem as bactérias expulsam gases para o meio onde se encontram, e estes actuam com delatores da sua presença.". A invenção consiste na mudança de cor da lata devido à libertação de gases, indicando que o produto enlatado não se encontra próprio para consumo humano.
Está previsto que este novo método de detecção de bactérias se possa começar a aplicar em indústrias do sector alimentar, melhorando a sua performance em matéria de segurança alimentar e dispondo de uma vantagem competitiva face às empresas que se dediquem a este ramo.
Conservas
A história da segurança das conservas tem origem num país tão conservador como é o Reino Unido. Em plena época vitoriana a Marinha Real sofria das consequências que a exposição dos alimentos, aos diversos agentes ambientais, podem ter com o tempo. As intoxicações alimentares devido ao facto de se ingerirem alimentos em mau estado de conservação era uma prática contínua, principalmente nos navios transoceânicos que se ocupavam do tráfico de especiarias e escravos. Em 1812 uma empresa inglesa, Donkin, Hall and Gamble, pôs em prática o sistema de esterilização das rações e optou por embala-las em latas. Desde então, os alimentos mantinham-se próprios para consumo, o que provocou uma verdadeira revolução alimentar.
Não obstante da garantia de conservação das latas, reportar a 1812, hoje em dia por vezes um consumidor compra uma determinada lata de conservas (inclusivamente dentro do prazo de validade) que se encontra com um aspecto ou uma cor que denunciam o seu mau estado.A ideia de Ruth López surgiu após 8 meses de investigação sobre colonização bacteriana em latas de conserva. Trata-se de uma tampa sensível à pressão que o gás metano libertado pelas bactérias exerce no interior da lata, assim que é produzido o gás flúi por um tubo com ligação ao interior da lata (mas sem tocar no seu conteúdo) e que apresenta na outra extremidade (exterior) um indicador de mudança de cor. O tubo apresenta uma válvula estanque para que nada possa entrar na lata mantendo, assim, a segurança do produto.
Fonte: www.consumaseguridad.com