A Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) defendeu, ontem, uma estratégia orçamentada em cem milhões de dólares para o incentivo de defesas veterinárias contra a gripe das aves.
Os governos têm gasto centenas de milhões de dólares na acumulação de stock de drogas anti-virais para a utilização no caso do vírus mutar para uma estirpe transmissível entre humanos. Para a OIE, alguns destes fundos deveriam ser utilizados na vigilância animal e controlo de doenças na fonte como forma eficaz de contenção da gripe das aves.
«Se a doença é controlada em animais, o risco de uma pandemia humana é reduzido em milhares de vezes e custa muito menos» afirmou o director-geral da OIE, Bernard Vallat. «Se tomarmos dez por cento do dinheiro gasto em medicamentos anti-virais e o usarmos na construção de medidas para eliminar a doença, agora isso seria um bom investimento».
A OIE considerou suficientes as medidas até agora tomadas pela maioria dos países europeus, mas lembrou que estes são países com os meios indicados para a contenção de uma epidemia. Já em África, os governos precisam de fundos para construir as suas defesas.
Bernard Vallat encontra-se, por isso, neste momento, numa conferência do Banco Mundial, onde pretende angariar fundos para ajudar África. O responsável da OIE conta com a Comissão Europeia e os Estados Unidos. «Há países que simplesmente não têm os meios para lutar contra a doença».
Entretanto, a OIE enviou uma equipa de cinco especialistas para a Sibéria, região onde se têm detectado os últimos surtos da gripe das aves e de onde se pensa que existe potencial perigo de contaminação de outros países devido à abundância de aves migratórias.
Os especialistas têm o objectivo de determinar precisamente se o vírus sobrevive nestas aves de forma a que consiga propagar-se para outros países, particularmente para a Europa. Bernard Vallat disse esperar os primeiros resultados desta pesquisa já em Outubro.
Fonte: Confagri e Reuters