A gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) é uma doença vírica de elevada contagiosidade, que afeta aves domésticas e selvagens, causada por vírus Influenza A de uma ampla variedade de subtipos. A infeção por vírus da GAAP, associada habitualmente a elevada mortalidade, pode ter consequências devastadoras para a saúde das aves domésticas e selvagens, bem como para a produção avícola, o abastecimento das cadeias alimentares de carne de aves e ovos e para a biodiversidade. Ocasionalmente, estes vírus podem também infetar mamíferos, tanto domésticos quanto selvagens, através da ingestão de aves infetadas ou devido à exposição a ambientes contaminados com excreções ou cadáveres daquelas aves.
Os vírus do subtipo H5N1 que circulam amplamente, a nível global, desde o outono de 2021 foram já detetados em mais de 40 espécies de mamíferos selvagens e domésticos.
Em finais de março de 2024, nos Estados Unidos da América, foi confirmada pela primeira vez a infeção por vírus da GAAP em várias explorações de bovinos leiteiros localizadas em 6 estados, nomeadamente Texas, Kansas, Novo México, Ohio, Michigan e Idaho. Os animais afetados apresentaram um quadro clínico caracterizado por letargia, diminuição da produção leiteira e alterações das características do leite (espessamento, semelhante ao colostro), diminuição da ingestão de alimento, febre e desidratação. Até à data, não se verificou a ocorrência de mortalidade.
Embora se considere que estas infeções terão tido origem em contactos diretos ou indiretos com aves selvagens infetadas, a possibilidade de transmissão de bovino para bovino não pode ser excluída. Além disso, a infeção por vírus da GAAP do subtipo H5N1 foi também confirmada num trabalhador de uma das explorações afetadas que apresentou um quadro clínico ligeiro caracterizado por conjuntivite.
As análises genéticas dos vírus isolados demonstraram que os mesmos continuam adaptados ao hospedeiro aviário, não tendo sido encontradas mutações associadas a uma maior adaptação a hospedeiros mamíferos, incluindo o ser humano.
A DGAV continua a acompanhar a situação e recomenda o cumprimento das boas práticas de biossegurança nas explorações, bem como a vigilância atenta dos efetivos, para permitir uma deteção o mais precoce possível de qualquer suspeita de infeção por vírus da GAAP. Tais suspeitas deverão ser imediatamente comunicadas aos serviços da DGAV.
Fonte: DGAV