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Campylobacter em Portugal
2004-10-07

Erros na recolha e posterior valorização dos dados epidemiológicos limitam a avaliação da segurança alimentar na Europa.

A Suécia realizou um estudo epidemiológico baseado no número de casos registados como toxinfecções alimentares.

Trata-se de um trabalho prévio de análise, onde os dados obtidos revelaram uma grande disparidade de critérios em vários países europeus sobre a presença de patogénicos como Campylobacter e Giardia, e ao mesmo tempo alertam para os países onde a incidência é maior.

Ainda que os dados relativos a toxinfecções alimentares devam ser públicos, na maioria dos países europeus, os critérios empregados para a sua classificação e posterior avaliação nem sempre são comparáveis. O uso de metodologias e critérios homogéneos, está a ser proposto por várias agências sanitárias para evitar erros na valorização do impacto de patogénicos específicos com incidência na área de segurança alimentar.

Uma primeira proposta neste sentido é o trabalho epidemiológico elaborado pelas autoridades sanitárias britânicas relativo ao número de casos de toxinfecções alimentares provenientes de outros países. O estudo estatístico foi fundamentado nas análises de toxinfecções alimentares contraídas por viajantes britânicos a países distintos. Deste modo elaboraram uma classificação baseada num perigo potencial para se contrair um problema de origem alimentar. No passado mês de Setembro as autoridades Suecas baseadas neste sistema, deram a conhecer os resultados da avaliação do risco de contrair toxinfecções alimentares, principalmente as ocasionadas por Campylobacter e Giardia, em qualquer país europeu. Este estudo foi baseado na análise efectuada por viajantes suecos no período de 1997 a 2003 que declararam uma toxinfecção alimentar após a sua estadia em distintos países europeus.

Cálculo do risco de infecção

Dado que existe uma importante variedade de microrganismos com capacidade para provocar uma infecção ou intoxicação de origem alimentar, as autoridades suecas decidiram começar pelos problemas de tipo sanitário que mais as preocupam. E é por este motivo que se centraram nas bactérias patogénicas como Campyobacter e num parasita como a Giardia.

Para o cálculo do risco da infecção criaram um coeficiente que relaciona o número de casos relacionados com incidência em países europeus distintos e o número de viajantes suecos que foram a esse mesmo país.

Com os dados encontrados elaboraram uma classificação com o riso de contrair doenças de origem alimentar relacionadas com o país.

Os dados actuais, são que na Suécia, entre 1997 e 2003, foram diagnosticados 14.829 casos associados a toxinfecções por Campylobacter e 1.112 casos relacionados com Giardia.

Os mesmos dados indicam que o risco, de contrair um toxinfecção devido a Campylobacter, é extraordinariamente variável, observando-se que visitando países como Portugal ou Turquia o risco é de 1/1000 e que em países como a Finlândia o risco é de 1/100.000. Ao mesmo tempo, o maior perigo de contrair uma giardiose foi relacionado com visitas à Rússia sendo o risco de 5/10.000.

Na maior parte dos países que o risco se revelou maior, não existem estatísticas oficiais, para a incidência de nenhum destes microrganismos, o que indica que se trata de problemas que estão muito significativamente minimizados.

Comparação de Incidências

As comparações, com outros países europeus, são necessárias para conhecer a situação relativa à segurança alimentar nas suas regiões e comunidades. No entanto devido à importância que se dá aos diversos agentes responsáveis pelas toxinfecções de origem alimentar, devido às diferentes metodologias de análise ou devido aos sistemas sanitários dos diferentes países as informações dificilmente se podem comparar. E quanto menos comparáveis forem os dados, mais difícil será identificar as melhores medidas preventivas.

Enquanto a recolha de informação não for a mais correcta, não se poderá conhecer com precisão se os sistemas são eficazes e se as medidas aplicadas vão permitir uma melhora significativa da saúde da população.

 



Fonte: Consuma Seguridad

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