A produção de tomate poderá ter este ano, no distrito de Santarém, perdas de 20 a 30%, devido à seca, existindo ainda 500 hectares afectados pelo vírus do bronzeamento, disse hoje fonte associativa.
O presidente da Federação de Agricultores do Distrito de Santarém (FADS), Amândio de Freitas, afirmou que os agricultores têm mantido reuniões com o director regional de Agricultura, que está a acompanhar a área afectada pelo vírus do bronzeamento, uma doença que há uns anos afectou a zona de Setúbal, numa área que esteve durante seis anos impedida de produzir.
Segundo disse, não há nada que combata esta doença, que está a afectar produções nos concelhos da Chamusca, Almeirim, Alpiarça, Salvaterra de Magos e Benavente, suspeitando-se que a seca "favorece o aparecimento destas doenças desconhecidas".
A seca está ainda a afectar as produções de beterraba e de vinho, cuja produção se estima em 30 a 40% abaixo do previsto, afirmou, recordando que a uva, cuja colheita se inicia em Setembro, está na recta final de amadurecimento.
Para as produções de milho e arroz "é ainda cedo" fazer qualquer estimativa, acrescentou, ressalvando o facto de o melão ter beneficiado com a seca, ao apresentar-se mais doce e com melhor qualidade.
O responsável afirmou que os agricultores estão a encontrar dificuldades em regar as suas culturas, porque muitos dos furos secaram, obrigando ao seu aprofundamento ou mesmo à abertura de novos, e "ninguém está a regar do Tejo".
Realçando que o problema da salinização das águas do Tejo se faz sentir sobretudo nos campos de Vila Franca de Xira, Amândio de Freitas não escondeu o receio de que o fenómeno alastre para montante, "o que seria uma desgraça".
"Para dar uma ideia da situação que se vive, a vala de Alpiarça está completamente seca, anda-se lá dentro a pé. Não me passava pela cabeça que uma situação destas pudesse acontecer", disse, afirmando que pessoas da zona com 90 anos não se lembram de isso alguma vez ter acontecido.
Fonte: Lusa e Confagri