O marisco e em especial os moluscos consumidos crus, constituem um dos alimentos mais inseguros. Uma das principais causas da presença de vírus patogénicos como o adenovírus, hepatite A, vírus Norwalk, etc.. De acordo com alguns estudos podem encontrar-se a sua presença em quase 50% das amostras analisadas em laboratório. Contudo, os sistemas actuais de autocontrolo não evidenciam a sua presença.
O consumo de moluscos bivalves está identificado como um dos principais vectores de intoxicações alimentares. Este fenómeno resulta do facto deste tipo de animais possuírem uma alimentação filtradora, podendo em alguns casos transmitir problemas ao Homem sem que os níveis de contaminação na água seja baixo. Esta situação é mais grave e frequente em águas contaminadas por emissores com detritos fecais
Os métodos de identificação são complexos (técnicas de biologia molecular), obriga a que se encontrem outras técnicas ou correlações que permitam introduzir a sua despistagem em análises de rotina no sector produtivo. Actualmente a identificação da contaminação de adenovírus humano, necessita de recorrer da biologia molecular, o que torna impraticável a sua introdução como análise de rotina. Contudo, parece existir uma correlação entre a presença de vírus patogénicos e a capacidade dos fagos infectarem a bactéria Bacteroides fragilis. Sendo assim poder-se-á colocar esta bactéria a crescer em laboratório na presença do produto a analisar. No caso da bactéria não crescer, então é porque a amostra de produto contém os fagos que ao infectarem a bactéria impedem o seu crescimento.
Fonte: I. Muniain-Mujika, I.; Calvo, M.; Lucena, F. Y Girones, R. 2003. Comparative analysis of viral pathogens and potential indicators in shellfish. International Journal of Food Microbiology. 83:75-85.