Julie Gerberding, directora dos Centros para o Controlo das Doenças (CDC) dos Estados Unidos, considera que a gripe das aves poderá converter-se numa epidemia mundial de graves consequências.

Intervindo na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), Julie Gerberding advertiu na segunda-feira para a possibilidade de o vírus da gripe das aves sofrer uma mutação genética que lhe permita transmitir-se às pessoas.

Embora a transmissão do vírus a seres humanos seja até agora muito rara, a responsável dos CDC sublinhou ser provável o aparecimento de “mais casos humanos nas próximas semanas na Ásia” e que “o perigo de contágio é muito grande”.

Os estudos científicos revelaram que o vírus pode transmitir- se a gatos e, por sua vez, entre estes animais, o que supõe “outro presságio” da possibilidade de uma pandemia humana, acrescentou.

“A ciência está a alertar-nos para um grande motivo de preocupação”, realçou Julie Gerberding, que referiu uma série de medidas que estão a ser postas em prática para enfrentar uma eventual pandemia no próximo ano.

Os Estados Unidos compraram há vários meses dois milhões de doses de vacinas contra a gripe das aves para proteger a população da estirpe H5N1 do vírus, a que se transmite às pessoas.

A gripe das aves é uma doença infecciosa das aves, causada por uma estirpe de tipo A do vírus da gripe e altamente contagiosa, o que a converte frequentemente numa epidemia.

Os animais de aviário, como as galinhas e os perus, são particularmente vulneráveis à doença, normalmente transmitida por aves migratórias aquáticas, em particular pelos patos selvagens, que por sua vez são os mais resistentes ao vírus.

A primeira vez que seres humanos foram infectados pela gripe das aves foi em 1997, em Hong Kong, quando a estirpe H5N1 causou doenças respiratórias graves em 18 pessoas, seis das quais morreram.

Esta gripe matou até agora 37 pessoas na Ásia, 25 das quais no Vietname, país que acolhe na quarta-feira, e durante três dias, uma reunião internacional convocada com o objectivo de erradicar a doença, combatendo-a de raíz, no âmbito da saúde animal.

A reunião é organizada pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e pela a Organização Mundial de Saúde Animal, também conhecida por Gabinete Internacional da Epizootia (OIE) e a esta reunião assistem representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), dos países afectados e de nações doadoras.

Fonte: Lusa

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