As autoridades portuguesas estão a equacionar a aquisição de máscaras para a protecção contra uma eventual grande epidemia pelo vírus da gripe das aves e garantem que, caso se revelem necessárias, chegarão à população portuguesa.
A garantia foi hoje avançada pela chefe de Divisão das Doenças Transmissíveis da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, para quem os portugueses não devem, para já, comprar máscaras, até porque "não se sabe quais as mais eficazes".
"Não faz sentido as pessoas terem reservas de máscaras, pois é preciso conhecer mais alguma coisa do vírus que, normalmente, sofre uma fase de adaptação", adiantou.
As máscaras podem proteger uma pessoa saudável de ser contaminada com um vírus que circula por meio aéreo ou proteger a população de um doente que, por isso, a utiliza.
Graça Freitas considera desnecessária a aquisição de máscaras, até porque "podem não ser as mais apropriadas ou, caso o sejam, podem perder qualidade".
No caso de ser provada a sua eficiência, as autoridades portuguesas garantem que estas chegarão a quem precisa, embora se estime que alguns grupos sejam prioritários, como o pessoal médico.
Actualmente, o vírus H5N1 (vírus da gripe das aves) atinge apenas os animais, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu segunda-feira que a sua mutação para uma variante humana é inevitável.
Além das máscaras, vários países adquiriram elevadas quantidades de um medicamento anti-viral. Portugal reservou uma quantidade suficiente para proteger cerca de 25 por cento da população.
O medicamento, cuja substância activa é o Oseltamivir, é produzido por um único laboratório, que está a assegurar a entrega faseada deste fármaco aos mais de 30 países que já realizaram encomendas.
Por esta razão, é "natural" que o medicamento comece a escassear nas farmácias, segundo Graça Freitas que considera não existirem razões para os portugueses estarem a encher as suas farmácias domésticas com este anti-viral.
Apesar de vários laboratórios estarem empenhados na descoberta de uma vacina contra a gripe das aves, esta ainda não foi encontrada.
A vacina contra a gripe "normal", que todos os anos atinge Portugal e outros países, não confere protecção contra o H5N1.
Fonte: Confagri