A Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) e a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) decidiram adiar a avaliação de risco sobre o glifosato para 2023, apesar da expiração da atual autorização de comercialização do herbicida no final do ano. A decisão surge devido ao inesperado número de contributos dos stakeholders, avança o portal Euractiv.
Face ao processo só se finalizar depois de julho do próximo ano, espera-se que a Comissão Europeia proponha uma extensão temporária da autorização até à decisão final. A decisão seria tomada na condição de que ambas as agências não encontrarem, entretanto, provas de risco urgente e grave da utilização do herbicida.
O adiamento da decisão surge num momento em que a discussão pública sobre os glifosatos dividia-se quer politicamente como cientificamente. Embora as agências da UE tenham concluído anteriormente, por exemplo, que não existiam “provas” que ligassem a utilização do glifosato ao aumento do risco de cancro nos seres humanos, os ativistas criticaram o processo de avaliação das agências por se basear demasiado em estudos encomendados pela indústria e ignorar os riscos para a saúde e o ambiente a longo prazo.
Entretanto, as partes interessadas também ficaram divididas na forma como receberam o atraso na avaliação e na prorrogação temporária da aprovação que daí poderia resultar.
De um lado, o Glyphosate Renewal Group considera que a nova data é uma “expressão de um procedimento muito transparente que proporciona a todas as partes interessadas a participação no processo”.
Já do outro lado, o policy officer da Pesticide Action Network Europe, Martin Dermine pede à EFSA que “apresente uma declaração sobre as conclusões não industriais antes do final do ano, de modo que a Comissão Europeia e os Estados-Membros abandonem a ideia de prolongar a autorização”.
Fonte: Agroportal