De acordo com um novo relatório, houve um aumento do número de relatórios de segurança alimentar em 2021, numa plataforma gerida pela Comissão Europeia.
A Rede de Alerta e Cooperação (ACN) inclui o Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal (RASFF), o Sistema de Assistência Administrativa e Cooperação (AAC) e a Rede de Fraude Alimentar (FFN).
Em 2021, foram enviadas 4.607 notificações através do RASFF com 4.102 relacionadas com alimentos, o que representa um aumento de quase 20 por cento em relação a 2020.
Os pesticidas foram o principal perigo notificado, representando 27% das notificações relacionadas com a saúde. Tal como em 2020, muitas notificações relacionavam-se com um caso importante de óxido de etileno. A substância não autorizada foi mencionada 468 vezes e levou à maior operação de recolha de alimentos na história da UE, de acordo com o relatório.
A base dos relatórios alimentares foi sobretudo um controlo oficial no mercado, seguido de uma verificação da própria empresa. Apenas 4% eram devidos a queixas dos consumidores.
Questões por detrás das notificações
Em relação à origem dos produtos não conformes, a Polónia foi o país da UE com mais casos com 381 notificações, 263 devido à Salmonella em carne de aves de capoeira, que em 154 dos casos foram notificados pela própria Polónia. A França, Alemanha e Espanha tinham todas mais de 200 casos.
Quanto a países terceiros, a Turquia foi o que registou mais notificações, com 613 notificações, principalmente relacionadas com deteção de pesticidas, seguida pela Índia, China, Brasil, Reino Unido e Estados Unidos.
As principais questões recorrentes envolveram resíduos de pesticidas em frutas e vegetais da Turquia, Salmonella em carne de aves de capoeira da Polónia e em ervas aromáticas e especiarias do Brasil. Os Estados Unidos também fizeram parte do top 10, com aflatoxinas em produtos de nozes e sementes.
Foram registados 863 relatórios de microrganismos patogénicos e três quartos deles foram devido à presença de Salmonella. Em quase metade deles, a Salmonella foi detetada em produtos de carne de aves, principalmente de origem polaca. Em cerca de 150 relatórios, o produto implicado provinha da categoria de ervas e especiarias e era frequentemente pimenta preta do Brasil. A Listeria monocytogenes foi a próxima com mais deteções, com 138 alertas e 89 foram por causa de E. coli.
Estatísticas de fraude
Foram registadas 407 suspeitas de fraude, em comparação com 349 casos em 2020. Tal como em 2020, o peixe e os produtos da pesca constituíram a segunda categoria envolvida a seguir a circulação ilegal de animais de estimação. Os problemas incluíam a adição de água não declarada em filetes de peixe-gato e camarão congelados e mel adulterado com açúcar.
As notificações envolviam suspeitas de tratamento ilegal de atum com monóxido de carbono, nitratos e nitritos; abuso de aditivos como ácido ascórbico e ácido cítrico e anomalias de rotulagem. Foi notificado um surto com 12 pessoas envenenadas após ingestão de atum ilegalmente tratado com uma dose elevada de nitritos.
As gorduras e óleos foram a terceira categoria mais notificada com problemas relacionados com as normas de comercialização e com azeite ou azeite virgem vendido como azeite virgem extra. A carne e os produtos à base de carne, à exceção das aves de capoeira, foram objeto de relatórios sobre documentação falsificada, comércio ilegal ou excesso de água.
Outra questão foi a falsificação de documentos de acompanhamento de carne ou produtos da pesca, tais como faturas, certificações e documentos sanitários, para adulterar a informação sobre rastreabilidade. Isto envolveu frequentemente estabelecimentos não autorizados.
Algumas trocas abrangeram a venda de substâncias não aprovadas, tais como 2,4-Dinitrofenol (DNP), um químico utilizado como suplemento de perda de peso rápida. Pode ser fatal para os seres humanos e é vendido principalmente na Internet.
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Fonte: Food Safety News e Qualfood