Durante o próximo ano, a Direcção Regional de Agricultura do Algarve pretende avançar com o fabrico de novos produtos à base de leite de cabra de raça autóctone da região, como iogurtes e sobremesas.
João Dias, engenheiro zootécnico da Direcção Regional da Agricultura do Algarve, explicou que "o nosso projecto é experimentar a nova tecnologia e, depois, entregarmos o know how aos produtores de queijo" para que avancem com os novos produtos.
Os derivados do leite de cabra algarvia que poderão ser comercializados em 2006 são iogurtes, leite pasteurizado, coalhadas, requeijão, queijo fresco com ervas aromáticas (pimenta, oregãos e tomilho) e sobremesas lácteas.
João Dias adiantou que "caso o projecto seja aprovado, em 2006 poderemos ter estes produtos à venda em determinados nichos de mercado ou através da venda directa”.
O responsável acredita que a comercialização dos novos produtos lácteos vai "valorizar o leite de cabra algarvia" e permitir também criar "mais empregos e aumentar os rendimentos das famílias da região serrana".
O leite de cabra algarvia é indicado para o fabrico de queijo fresco, devido ao seu alto valor nutritivo e dos bons rendimentos queijeiros.
Contudo, e embora o queijo fresco seja um dos produtos típicos que ajudam a dinamizar a economia rural da região, existem outros derivados do leite que podem ser desenvolvidos, mencionou João Dias, também envolvido em projectos de produção de queijo de cabra curado.
O projecto para desenvolver os novos lacticínios está a cargo de uma equipa da Direcção Regional de Agricultura do Algarve, que trabalha no Centro de Experimentação Agrária do Paúl, em Messines.
Actualmente, um dos projectos que está a realizar- se no Paúl é a produção e valorização do queijo curado de cabra no Algarve e que conta com o apoio da Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências de Lisboa e da Associação Nacional de Criadores de Caprinos da Raça Algarvia (ANCCRAL).
O objectivo é melhorar e demonstrar aos queijeiros as condições de produção de queijo curado através, por exemplo, da ordenha mecânica, controlo e utilização do cardo (agente coagulante), controlo da temperatura, humidade e ventilação.
O engenheiro zootécnico defendeu que "demonstrar e promover o queijo curado é uma forma de incentivar a sua produção nas queijeiras da região e contribuir para a valorização da caprinicultura".
Fonte: Lusa