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Indústria Alimentar e de Bebidas da União Europeia
2005-04-14

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicou um relatório sobre a indústria alimentar e de bebidas, onde elabora uma análise da Europa a 25.

O documento destaca o abrandamento da economia e a força do euro face ao dólar como dois dos factores fundamentais para o sector. Foi principalmente devido a eles que a indústria alimentar e de bebidas da União Europeia registou um crescimento de apenas 1,9%, em 2003, comparando com o ano anterior. Também as exportações decresceram ligeiramente.

O relatório avança que o processamento de produtos agrícolas está sujeito, no mercado comunitário, «a regras muito rigorosas de segurança alimentar, qualidade e rotulagem». Além disso, o facto de estar estreitamente ligado à agricultura afecta o processamento destes produtos, que são profundamente movidos pela Política Agrícola Comum. As recentes alterações neste âmbito conduziram ao aumento dos preços no mercado agrícola comunitário, em comparação com os restantes mercados do mundo, resultando no aumento dos custos de produção para a indústria alimentar e de bebidas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ressalva, no entanto, que, apesar das dificuldades, este sector continua a ser beneficiado por subsídios à exportação pagos pela União Europeia. Desta forma, os produtos europeus ganham uma competitividade no mercado mundial que, de outra forma, não conseguiriam alcançar. A indústria alimentar e de bebidas é responsável pelo valor acrescentado de 70% do total dos produtos agrícolas europeus.

Tradicionalmente, a indústria alimentar e de bebidas resume-se a quatro grandes sectores: “outros produtos alimentares”, “bebidas”, “processamento de carne” e “produtos lácteos”. A primeira categoria contribuiu, em 2001, com um total de 65 milhões de euros, sendo que inclui produtos como o pão, a pastelaria, o chocolate, o chá ou o café.

O sector do processamento de carne rendeu 31 mil milhões de euros. O USDA especifica que as preferências do tipo de carne diferem de Estado-membro para Estado-membro e sublinha que, nos últimos anos, este sector tem sido confrontado com diversos surtos de doenças animais, o que, apesar de tudo, não conseguiu baixar a posição das carnes na indústria alimentar. Aliás, certas carnes conseguiram mesmo melhorar o seu desempenho.

Os produtos lácteos conseguiram, de acordo com o USDA, 18 mil milhões de euros. A maior parte destes produtos destina-se ao consumo humano e enfrenta um mercado comunitário muito saturado. Assim, a solução encontrada foi a diferenciação dos produtos e a aposta nas novas exigências do consumidor, lançando produtos de dieta e saudáveis.

O USDA teve acesso a dados estatísticos relativos a 2001 que mostram que 13% dos rendimentos das famílias europeias foram gastos em alimentos e bebidas. Desta informação, conclui-se que a fatia de rendimento gasta neste sector diminuiu desde 1995, principalmente devido ao aumento do rendimento por família – quanto mais alto o rendimento, menor a fatia gasta em alimentação e bebidas.

Os hábitos dos consumidores europeus não são, contudo, uniformes, verificando-se que entre os 25 Estados-Membros assumem-se comportamentos variados. O USDA justifica o facto com as diferenças culturais, de tradição, de composição da família nuclear, do rendimento e do grau de urbanização das populações. Estas diferenças acentuaram-se com a adesão, em Maio de 2004, de dez novos Estados-Membros.

Relativamente às exportações de alimentos e bebidas, o USDA revela que a União Europeia, em 2003, conseguiu um valor total de 44,5 mil milhões de euros, um número que representa um decréscimo de 4% em relação a 2002. Mas as importações chegaram apenas a 38,7 mil milhões de euros, o que deixou a Europa com um saldo positivo de 5,8 mil milhões de euros.

Os Estados Unidos continuam a ser o principal cliente dos produtos alimentares e bebidas provenientes da União Europeia, contando 21% do total das exportações. O Japão, a Rússia e a Suíça são outros mercados importantes para os produtos europeus. Quanto às importações, o Brasil, a Argentina e os Estados Unidos são os principais parceiros europeus.

Em 2003, o mercado norte-americano rendeu à Europa 9,2 mil milhões de euros, enquanto as importações de produtos dos Estados Unidos chegaram apenas a 2,8 mil milhões de euros, o que significa que se registou um balanço positivo de 6,4 mil milhões de euros. As exportações para os Estados Unidos aumentaram 46%, entre 1998 e 2003, enquanto as importações cresceram apenas 12%.

As duas mais importantes categorias nas exportações europeias são as bebidas e os “outros produtos alimentares”. Em conjunto, são responsáveis por mais de metade do total das exportações da União Europeia. No caso específico dos Estados Unidos, as bebidas representam mais de metade das exportações comunitárias. A União Europeia importa, principalmente, alimento para animais, bebidas e vegetais e fruta processados.

Os Estados-Membros que mais importam produtos dos Estados Unidos são o Reino Unido, a Holanda e a Alemanha. Pelo contrário, os que mais exportam são a França, a Itália e também a Holanda.



Fonte: Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e Confagri

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