O sector do azeite do Alentejo, a segunda maior área geográfica olivícola do País, pretende aumentar as vendas no mercado nacional e apostar nas exportações para os Estados Unidos, Japão e Escandinávia, até final de 2006.
Esta estratégia está incluída no Plano de Acção para os Azeites do Alentejo, da responsabilidade do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), em parceria com a Direcção Regional de Agricultura da região.
O plano de acção, apresentado ontem no âmbito da Ovibeja, que decorre até domingo no Parque de Feiras e Exposições de Beja, foi elaborado por uma equipa de consultoria (TerraProjectos) e engloba 33 medidas a desenvolver até ao final do próximo ano.
José Baptista, vice-presidente do CEPAAL, organismo que reúne produtores e várias entidades públicas ligadas ao sector na região, garantiu ontem que o azeite é o “ouro alimentar” do Alentejo, podendo a sua implantação no mercado “crescer muito mais”.
Realçou ainda que “o Alentejo é a maior área geográfica do País em olival (número de hectares e oliveiras) e a segunda maior, logo atrás de Trás- os-Montes, ao nível da produção. Precisamos divulgar mais este produto porque ainda tem uma margem de progressão muito grande”.
Em termos de produção nacional, “cerca de 40%” é azeite alentejano, mas as três Denominações de Origem Protegida (DOP) - Moura, Norte Alentejano e Alentejo Interior - ainda requerem maior promoção.
José Baptista afirmou que “há muito azeite alentejano que é vendido a empresas de várias zonas do País ou do estrangeiro e que é misturado com outros azeites, carecendo de “identidade”. Precisamos é de divulgar e informar melhor o consumidor sobre os azeites DOP”.
O Plano de Acção ontem apresentado pretende, precisamente, delinear estratégias para afirmar no mercado as três DOP (com classificação de virgem e virgem extra), que possuem “grande qualidade”, tanto ao nível do mercado interno como no estrangeiro.
"Já há exportações para o Brasil, França e outros países com comunidades de emigrantes portugueses. Mas queremos reforçar essas exportações e apostar em mercados novos, como o Japão, Escandinávia, EUA ou Rússia", afiançou.
Até ao final do próximo ano, o estudo prevê, entre outras medidas, a criação da Rota dos Azeites do Alentejo, à semelhança do que foi feito para o sector dos vinhos: “É essencial que o consumidor olhe para o produto e identifique logo a região”.
“A grande projecção dos vinhos alentejanos assentou nesse trabalho e, nos azeites, temos que começar a dar esses primeiros passos, em conjunto com o turismo e a restauração, no caso da rota”, acrescentou o responsável.
Prémios para o produtor de azeites do Alentejo do ano, readequação e modernização da “Loja dos Azeites do Alentejo” e do espólio museológico do CEPAAL, assim como a constituição de um painel regional de provadores de azeite são outras das iniciativas.
Além disso, a estratégia destaca ainda a defesa da variedade de azeitona “Galega”, própria da região, ou a instalação de um laboratório regional acreditado para análises de azeite e azeitona.
Fonte: Lusa