Na passada sexta-feira, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) publicou um novo documento onde avalia a situação da investigação e da aplicação da biotecnologia agrícola nos países em desenvolvimento.
A grande conclusão é que já existem vários países que têm programas de biotecnologia bem aplicados e possuem uma considerável capacidade de investigação.
A partir de uma análise da informação contida na base de dados da FAO sobre biotecnologia nos países em desenvolvimento (FAO-BioDeC), a avaliação indica que esse tipo de países têm vindo a desenvolver uma variedade mais ampla de cultivos, como as bananas, as papaias, as batatas, o arroz e o sorgo resistentes às pressões abióticas como a salinidade e as secas, que assim garantem uma melhor segurança alimentar. Um factor que Andrea Sonnino, da FAO, aplaude, uma vez que é importante que «as actividades de investigação nos países em desenvolvimento se concentrem cada vez mais nessa questão».
Os países na vanguarda são: Argentina, Brasil, China, Cuba, Egipto, Índia, México e África do Sul. Um segundo grupo de países tem programas de biotecnologia agrícola de média escala. Outros países em desenvolvimento ainda manifestam uma capacidade de investigação relativamente limitada, de acordo com o relatório da FAO.
No entanto, a investigação mostra alguns défices palpáveis. Por exemplo, não há investigação ao nível da resistência aos nemátodos, apesar deste parasitas produzirem grandes perdas.
Outro problema fundamental, mas não considerado na investigação, são as perdas pós-colheita. O estudo indica igualmente que é necessário construir capacidade na biotecnologia para permitir que numerosos países de África, da Europa Oriental, América Latina e do Oriente beneficiem plenamente da tecnologia dos transgénicos.
Fonte: FAO e Confagri