A Comissão Europeia propôs hoje a proibição, no espaço comunitário, da venda de guloseimas gelatinosas em formato de pequenas barcas, destinadas às crianças, bem como o uso dos conservantes alimentares E 216 e E 217 nos produtos de carne.
Desde Abril deste ano que a venda daquelas guloseimas, apresentadas em pequenas barcas e contendo aditivos alimentares derivados de algas ou de certas gomas, está suspensa por representarem risco de sufoco para as crianças devido à sua consistência, tamanho e forma.
A proposta de Bruxelas, que ainda tem que ser analisada pelo Conselho de Ministros da União Europeia (UE), pretende agora tornar esta suspensão permanente, retirando a autorização de utilização das gelatinas alimentares naqueles produtos.
Em simultâneo, a Comissão Europeia quer que os Estados Membros proíbam o aditivo E 216 e o seu sal de sódio, o E 217, usados para a conservação de alimentos feitos com carne seca, para a gelatina que cobre o “paté” e outros produtos de carne e de confeitaria e em complementos dietéticos líquidos.
Esta medida foi proposta após a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, em inglês) ter examinado várias classes de conservantes, concluindo não ser possível determinar uma dose diária permitida de E 216 por não conseguir estabelecer um nível concreto sem efeitos adversos para a saúde.
Estas duas medidas inserem-se na tentativa de Bruxelas modificar os aditivos alimentares permitidos na UE, à excepção dos corantes e emulsionantes.
Por esse motivo, propôs também reduzir o índice de nitratos e nitritos que podem conter os produtos derivados de carne, tais como salsichas ou carnes curadas.
A utilização destas substâncias destina-se a evitar que os produtos se estraguem ou se contaminem com microrganismos.
O objectivo da Comissão Europeia, que pediu igualmente um parecer à EFSA sobre este assunto, é que os alimentos de carne tenham o nível mais baixo possível de “nitrosamina” (componente em que se transformam os nitratos e nitritos), mas de forma a manter-se a “segurança microbiológica” dos produtos alimentares.
Bruxelas propôs ainda a autorização de quatro novos aditivos:
• a “etileno-celulosa”;• o “eritronium”;• o “4-hexyl resorcinol”;• o “hemi-celulose de soja”.
Para David Byrne, comissário europeu da Saúde e Defesa dos Consumidores, este conjunto de propostas visa “garantir a segurança dos produtos”, nomeadamente os produtos de carne, sendo essencial para garantir a confiança dos consumidores.
Fonte: Lusa