A Comissão Europeia anunciou que a União Europeia (UE) chegou a acordo na fixação de um limite máximo no café, vinho e sumo de uva da presença de “Ocratoxina A”, um contaminante com propriedades cancerígenas e tóxicas.
A decisão foi tomada pelo Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal da UE, constituído por todos os Estados-membros, e visa estabelecer os teores máximos permitidos da presença desta substância, à semelhança do que já acontece para outros produtos utilizados na alimentação humana, como os cereais e as uvas passas.
A "Ocratoxina A" é uma micotoxina presente na natureza que pode contaminar os produtos agrícolas nos campos ou depois da colheita e o objectivo da medida é reduzir o mais possível a exposição humana a este tóxico, cujas características cancerígenas estão provadas.
De acordo com a Comissão, os cereais e os produtos à base de cereais constituem as principais fontes alimentares expostas àquele contaminante, mas também o café, vinho, cerveja, sumo de uva e uvas secas, especialmente consumidos pelas crianças.
Os níveis ficaram fixados em cinco microgramas por quilograma no caso dos grãos de café torrefacto e moído e dez microgramas no caso do café solúvel e dois microgramas por quilograma para o vinho, mosto, sumo de uva e ingredientes derivados.
David Byrne, comissário europeu da Saúde e Defesa dos Consumidores, afirmou "fixando estes níveis máximos, fazemos com que os consumidores possam beber café e vinho sem se preocuparem com uma eventual contaminação, bem como as crianças no caso do sumo de uva".
Os limites acordados serão aprovados oficialmente nos próximos dias pela Comissão Europeia, que admite estudar a possibilidade de limitar a "Ocratoxina A" em outros alimentos.
O mesmo comité europeu aprovou a fixação de limites de resíduos contaminantes cancerígenos (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) no azeite, produtos fumados e secos, como o presunto, e alimentos cujo fabrico tenha implicado processos de combustão, assim como para o peixe contaminado por uma maré negra.
A contaminação por hidrocarbonetos, entre eles o benzopireno, uma substância altamente nociva, foi uma das preocupações da UE depois dos incidentes de 2001 em Espanha devido à contaminação do azeite.
Fonte: Agroportal